Em 2024 o património financeiro global atingiu um valor histórico de 305 biliões de dólares (cerca de 260 biliões de euros), impulsionado sobretudo por um crescimento de 8,1% dos ativos financeiros, reflexo do forte desempenho dos mercados acionistas. Esta é a principal conclusão do estudo “Global Wealth Report 2025: Rethinking the Rules for Growth”, realizado pela consultora Boston Consulting Group.
O research agora divulgado mostra que apenas 28% do crescimento dos ativos financeiros sob gestão na última década foi orgânico, isto é, teve origem nos consultores financeiros já integrados nas equipas. A expansão foi impulsionada sobretudo por alavancas externas como fusões e aquisições (M&A), desempenho dos mercados e recrutamento de consultores. Ainda assim, a riqueza líquida global, que inclui ativos financeiros, ativos reais e passivos, apresentou um crescimento mais modesto de 4,4%, abaixo da média anual dos anos anteriores, refletindo um cenário de pressões económicas mais complexo.
Estima-se ainda que a Suíça, Hong Kong e Singapura absorvam cerca de dois terços de toda a nova riqueza transfronteiriça até 2029.
Para o valor recorde de património total contou o crescimento de 8,7% do património financeiro transfronteiriço que atingiu os 14,4 biliões de dólares (cerca de 12,3 biliões de euros) em 2024. Este acréscimo reflete a crescente procura pela diversificação geográfica à medida que as tensões geopolíticas aumentam, nomeadamente com a questão das tarifas impostas pelos Estados unidos, resultando numa inversão face aos fluxos regionais que dominaram nos últimos anos. o Relatório da BCG refere que esta dinâmica deverá intensificar-se com a persistência da incerteza global.
O relatório mostra ainda que Singapura cresceu 11,9% e os Emirados Árabes Unidos 11,1%, sendo estes os dois países que mais se destacaram como como principais centros financeiros e de gestão de património em 2024. Estima-se ainda que a Suíça, Hong Kong e Singapura absorvam cerca de dois terços de toda a nova riqueza transfronteiriça até 2029. Também a parcela de ativos sob gestão (AuM) – dentro da gestão de patrimónios – cresceu 13% em 2024, superando a expansão dos ativos financeiros. Contudo, as receitas aumentaram apenas 7,1%, com margens comprimidas devido às alterações das taxas de juro.
