Mais do que um operador de redes ou agente de transformação territorial, social e ambiental, a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) assume a missão de implementar uma coordenação integrada dos sistemas de transporte. O seu modelo, pioneiro em Portugal, resulta de uma visão estratégica centrada no utente, na acessibilidade e na eficiência. Um dos marcos deste novo paradigma foi o lançamento do passe navegante®, que eliminou complexidades tarifárias que fragmentavam o acesso ao transporte público. Pois, ao uniformizar preços e simplificar o sistema, democratizou a mobilidade ao estimular a adesão ao transporte coletivo, reduzir custos e promover uma mobilidade mais sustentável.
Outro passo decisivo foi a criação da Carris Metropolitana (CM), responsável por qualificar o serviço de transporte rodoviário nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), que trouxe um novo caderno de encargos centrado na qualidade do serviço, na renovação da frota (veículos mais ecológicos e acessíveis) e na melhoria da informação ao passageiro, digitalizando o contacto com o cidadão e garantindo maior previsibilidade nas deslocações.
Mobilidade: um direito à inclusão
O impacto da TML vai além de operações de locomoção ao testar soluções que articulam transporte, planeamento urbano, inovação digital e justiça social. A aposta em bilhética inteligente, redes integradas e transportes flexíveis é acompanhada por uma estratégia de descarbonização alinhada com os compromissos ambientais da União Europeia.
E ao colocar a mobilidade no centro da agenda metropolitana, a TML responde também aos desafios da coesão territorial. Em concelhos periféricos e menos servidos, como Sesimbra, Mafra ou Alcochete, o acesso a redes eficientes tornou-se uma ferramenta de inclusão social e económica, combatendo desigualdades de acesso ao emprego, educação e serviços, assumindo a mobilidade como um direito. Ao fim de cinco anos de atividade, os resultados estão à vista, mas os desafios também: acelerar a transição energética da frota, melhorar a articulação entre modos de transporte e reforçar a resiliência do sistema perante novas realidades demográficas e climáticas. A próxima década será decisiva e a TML está na vanguarda dessa filosofia.
Duas perguntas a Rui Lopo, administrador da TML
A TML tem sido pioneira na redefinição da mobilidade urbana, sobretudo com o navegante®️. Quais os próximos passos para consolidar essa visão integrada de transporte público a nível metropolitano?
“Temos como prioridade consolidar um sistema de mobilidade integrado, acessível e eficiente para a AML. Para tal, e após o sucesso do navegante®️, os próximos passos incluem:
>Expansão e qualificação da oferta de transporte coletivo, através da CM, com uma rede mais densa, articulada e tecnologicamente avançada, com dados em tempo real e gestão operacional eficiente;
>Melhoria das interfaces e da infraestrutura de suporte, focando na qualidade do espaço público, integração modal e conforto dos utilizadores;
>Desenvolvimento do Plano de Mobilidade Metropolitana Urbana Sustentável, articulando políticas públicas, planeamento estratégico e avaliação ambiental e social.”
Quando a mobilidade tem também uma dimensão climática e social, como é que a TML se posiciona enquanto agente de coesão territorial e combate à exclusão, sobretudo nas zonas mais periféricas?
“A TML assume um papel central na promoção de uma mobilidade sustentável, justa e coesa. Nas zonas periféricas da AML, o objetivo é garantir que o transporte público seja um fator de inclusão. Com a CM, está a ser assegurada uma cobertura territorial alargada, com horários e ligações ajustadas às necessidades das populações, mesmo em áreas de baixa densidade. Também temos desenvolvido ações para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, e a lógica. do navegante®️ – ao oferecer um título único e acessível – é uma medida estrutural no combate à exclusão económica no acesso ao transporte. Por fim, ao integrar preocupações ambientais e incentivar o transporte coletivo, a TML promove a descarbonização da mobilidade e responde aos desafios climáticos.”
Este artigo foi produzido em parceria com a TML.