Exportadoras devem diversificar mercados, diz a AICEP

O impacto das tensões geopolíticas, das tarifas alfandegárias, sobretudo dos EUA, e da incerteza no comércio internacional na economia portuguesa obrigam as empresas exportadoras a redefinir estratégias. Face a este cenário, a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal lançou o estudo “A Economia Portuguesa em Contexto de Incerteza Mundial –…
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O aumento das tarifas, sobretudo dos EUA estão a trazer novos desafios às empresas exportadoras. A AICEP defende no estudo “A Economia Portuguesa em Contexto de Incerteza Mundial – Análise das Dinâmicas Comerciais” a diversificação de mercados.
Economia

O impacto das tensões geopolíticas, das tarifas alfandegárias, sobretudo dos EUA, e da incerteza no comércio internacional na economia portuguesa obrigam as empresas exportadoras a redefinir estratégias. Face a este cenário, a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal lançou o estudo “A Economia Portuguesa em Contexto de Incerteza Mundial – Análise das Dinâmicas Comerciais”, que inclui algumas ferramentas para as exportadoras portuguesas enfrentarem esses desafios.

Este estudo surge numa altura em que os EUA aplicam as tarifas mais elevadas dos últimos 100 anos e, em que, a incerteza da política económica mundial atinge níveis históricos.

De entre as conclusões do estudo há alguns pontos que são evidenciados. A AICEP realça a resiliência das exportações portuguesas, que cresceram 3,7% nos primeiros cinco meses de 2025, acima da média da UE27. O órgão presidido por Madalena Oliveira e Silva lembra que, tendo em vista “o objetivo de 55% do peso das exportações no PIB até 2029 é essencial que as empresas reforcem a diversificação de mercados e consolidem a integração em cadeias de valor regionais”.

O relatório salienta a importância estratégica dos EUA como quarto destino das exportações nacionais, apesar de “uma ligeira contração no período mais recente, tem tido um crescimento sustentado da quota de mercado”. No entanto, há que ter em conta que a concentração geográfica das exportações na União Europeia tem ajudado a mitigar parte do impacto das tarifas norte-americanas.

No mesmo estudo pode ler-se que há desafios a vencer para setores como o automóvel e a maquinaria, devido ao protecionismo. E destaca as oportunidades que surgem para outros setores, como o farmacêutico.

O administrador da AICEP responsável pelo Pelouro da Informação, Francisco Catalão, lembra que “perante tarifas e regras voláteis, a AICEP atua como torre de controlo: alertas, análises de impacto setorial, leitura de barreiras e planos de diversificação com entrada assistida em mercados alternativos”. Francisco Catalão refere ainda que “combinamos intelligence de mercado, incentivos e apoio local através da nossa rede externa [disponível em mais de 50 mercados] para adaptação de cadeias e redução de barreiras, apoiando as empresas seja a defender quota nos EUA, seja a abrir novos destinos de alto potencial”.

A presidente da AICEP, Madalena Oliveira e Silva, salienta que “as empresas portuguesas enfrentam hoje um ambiente de incerteza sem precedentes, mas também dispõem de oportunidades para se reposicionarem nos mercados internacionais”. Madalena Oliveira e Silva defende que este estudo da AICEP “é uma ferramenta prática para apoiar a tomada de decisão estratégica das empresas e reforçar a competitividade de Portugal no comércio mundial”.

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