Uma visão estratégica para um futuro sustentável

O que motivou o Santander a colocar a sustentabilidade no centro da sua estratégia para o setor empresarial? A sustentabilidade é um eixo central da nossa estratégia empresarial. Os fatores ambientais, sociais e de governance (ESG) são hoje determinantes para a resiliência do setor financeiro, para o futuro da economia em geral, das empresas e…
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Soluções sustentáveis, eficazes e adaptadas às realidades de cada cliente estão no centro da estratégia do Santander. Em entrevista à Forbes Lab, Cristina Melo Antunes, head of sustainability do Santander Portugal, detalha a visão do banco para um futuro mais responsável.
Forbes LAB

O que motivou o Santander a colocar a sustentabilidade no centro da sua estratégia para o setor empresarial?

A sustentabilidade é um eixo central da nossa estratégia empresarial. Os fatores ambientais, sociais e de governance (ESG) são hoje determinantes para a resiliência do setor financeiro, para o futuro da economia em geral, das empresas e da sociedade. Esta visão está incorporada no plano estratégico do Grupo e baseia-se em princípios que promovem o crescimento sustentável e resiliente, posicionam-nos como parceiros na transição sustentável dos nossos clientes e permite que beneficiem da combinação entre a escala internacional do grupo e o conhecimento profundo dos mercados locais, oferecendo soluções sustentáveis, eficazes e adaptadas às suas realidades.
Ao integrar a sustentabilidade no nosso modelo de negócio, reforçamos o nosso compromisso com a sociedade e o ambiente como agente ativo na transformação da economia.


Qual tem sido o papel do banco na transição sustentável das empresas em Portugal?

O Santander tem um papel ativo na transformação sustentável do tecido empresarial português e na transição para uma economia de baixo carbono. Apoiamos empresas de diferentes dimensões e setores com soluções financeiras sustentáveis, consultoria especializada e acesso a financiamento alinhado com critérios ESG.

Em 2024, reforçámos o papel como facilitador da transição sustentável ao disponibilizar soluções de financiamento verde e de Sustainibility Linked Loans (SLLs). Estas operações foram estruturadas para apoiar investimentos em áreas como energias renováveis, mobilidade elétrica, eficiência energética e construção sustentável, entre outras.

Para reforçar o compromisso com a simplificação e transparência na sustentabilidade empresarial, integrámos também a iniciativa conjunta de vários bancos nacionais com a SIBS, para a criação da Plataforma ESG SIBS. A ferramenta que tem como objetivo uniformizar e facilitar o reporte de informação não financeira está disponível no Netbanco Empresas do Santander. Além disso, temos investido na capacitação do setor empresarial ao promover a literacia em finanças sustentáveis.

Existem setores mais difíceis de descarbonizar, como transportes, construção ou indústria pesada. Como apoia, o Santander, a transição energética nestes casos?

A transição energética é um desafio transversal que exige ação coordenada de todos os setores da economia, o que inclui os mais intensivos em carbono, transportes, construção e indústria pesada, mas não só. Reconhecemos que, embora alguns setores tenham de avançar mais rapidamente devido ao seu impacto ambiental, todos têm um papel a desempenhar na construção de uma economia mais sustentável, resiliente e competitiva. Para apoiar esta transformação, estamos a adaptar os nossos serviços através de soluções financeiras sustentáveis, consultoria especializada e ferramentas de avaliação ESG. Ajudamos as empresas a identificar oportunidades de redução da pegada de carbono, a aceder a financiamento verde e a alinhar-se com os objetivos climáticos europeus.
O que falta fazer e qual será o papel da banca para impulsionar uma transformação estrutural umo à sustentabilidade?

Apesar dos avanços significativos, a transição para uma economia sustentável continua a exigir uma transformação estrutural profunda, que envolva todos os setores da sociedade para reduzir emissões, mas também repensar modelos de produção, consumo e financiamento. A banca tem um papel essencial como facilitador da transição, canalizando capital, conhecimento e ferramentas para apoiar os agentes económicos na adoção de práticas mais sustentáveis.

O Santander tem integrado critérios ESG no crédito, gestão de risco, formação e no desenvolvimento de produtos, mas sublinhamos que o impacto real está no apoio aos clientes. Com parcerias estratégicas, apoio técnico e soluções financeiras adaptadas, o banco acelera a transição sustentável, promovendo inovação e eficiência ao longo das cadeias de valor.

Este papel facilitador está alinhado com as recomendações do Relatório Draghi sobre a Competitividade Europeia. A transição só será bem-sucedida se for justa, inclusiva e economicamente viável.

E para isso, é essencial que todos os atores avancem em conjunto, com a banca a desempenhar um papel de ponte entre o capital e a economia real, assegurando que o financiamento gera valor económico, social e ambiental.

Este artigo foi produzido em parceria com o Santander.

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