Tem-se tornado comum Bill Gates publicar uma lista de livros recomendados no seu blog pessoal, Gates Notes. Desta vez, o ainda bilionário cofundador da Microsoft decidiu destacar um género específico: as autobiografias que o marcaram — especialmente durante o processo de escrita do seu próprio livro, “Source Code: My Beginnins”, lançado no início deste ano e que foi publicado entre nós pela editora Ideias de Ler com o título “Código-Fonte: o meu começo“.
Como Bill Gates refere, “as memórias são um bom lembrete de que as pessoas têm inúmeras histórias interessantes para contar sobre as suas vidas”.
Personal History, by Katharine Graham. Katharine Graham. foi editora do Washington Post. “Adorei ouvir a Kay falar sobre a sua vida notável: assumir a direção do Post numa altura em que poucas mulheres ocupavam posições de liderança como essa, enfrentar o Presidente Nixon para proteger as reportagens do jornal sobre o Watergate e os Pentagon Papers, negociar o fim de uma greve de jornalistas e muito mais. Este livro de memórias é um bom lembrete de que os grandes líderes podem vir de sítios inesperados”, diz Bill Gates.
Chasing Hope, by Nicholas Kristof. Em 1997, Nick Kristof escreveu um artigo que mudou o rumo da vida de Bill Gates, refere o próprio: “Era sobre o enorme número de crianças em países pobres que estavam a morrer de diarreia – e ajudou-me a decidir em que é que eu queria concentrar a minha doação filantrópica. Desde então, tenho acompanhado o trabalho do Nick e mantemo-nos em contacto. Ele fez reportagens em mais de 150 países, cobrindo a guerra, a pobreza, a saúde e os direitos humanos. Neste fantástico livro de memórias, Nick escreve sobre como se mantém otimista em relação ao mundo, apesar de tudo o que viu. O seu livro fez-me pensar: o mundo estaria melhor com mais Nick Kristofs”.
Educated, by Tara Westover. Tara cresceu num lar mórmon de sobrevivência na zona rural de Idaho, criada por pais que acreditavam que o dia do juízo final estava a chegar e que a família devia interagir com o mundo exterior o menos possível. Por fim, acabou por se separar dos pais, “um processo que me pareceu uma versão muito mais extrema daquilo por que passei em criança e por que penso que muitas pessoas passam”, afirma Bill Gates que explica o seu ponto de vista: “A dada altura da nossa infância, passamos de pensar que os nossos pais sabem tudo a vê-los como adultos com limitações. Tara capta de forma magnífica esse processo de autodescoberta neste livro de memórias inesquecível”.
Born a Crime, by Trevor Noah. Em 2017, Bill Gates referiu que este livro de memórias mostra como a “abordagem do ex-apresentador do Daily Show foi aprimorada ao longo de uma vida inteira sem nunca se encaixar”. Gates afirma que também cresceu “a sentir que, por vezes, não me encaixava bem, embora Trevor tenha uma reivindicação muito mais forte do que eu. Ele era uma criança birracial na África do Sul do apartheid, um país onde as relações entre raças mistas eram proibidas. Como diz o título, ele ‘nasceu para um crime’. Neste livro, e na sua comédia, Trevor usa a sua perspetiva externa em seu proveito. A sua visão transcende as fronteiras”.
Surrender, by Bono. “Tenho a sorte de os meus pais me apoiarem imenso no meu interesse por computadores – mas os pais do Bono tinham uma visão muito diferente da sua paixão pelo canto. Ele diz que os seus pais basicamente o ignoravam, o que o fez esforçar-se ainda mais para chamar a atenção deles. ‘A falta de interesse do meu pai… na voz do filho não é fácil de explicar, mas pode ter sido crucial’. Bono mostra-se muito vulnerável neste livro de memórias surpreendentemente aberto, escrevendo sobre a sua ‘necessidade de ser necessário’ e como aprendeu que nunca irá satisfazer as suas necessidades emocionais tocando para grandes multidões. Foi um ótimo modelo de como eu poderia ser aberto sobre os meus próprios desafios em Source Code”, comenta Bill Gates.