Hoje comemora-se os 114 anos da Implantação da República e houve a tradicional sessão solene na Praça do Município, em Lisboa. Durante o habitual discurso, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu que a República e a Democracia “estão vivas”, mas alertou que “têm de mudar e muito”.
Nas palavras do Presidente da República “todos os anos, pelo 5 de Outubro, aqui nos encontramos para dizer o mais simples, mas verdadeiro: o 5 de Outubro está vivo, porque a República está viva, a democracia está viva em Portugal”. E lembrou que a República Portuguesa “resistiu, em suma, aos mais difíceis confrontos”.
O Chefe de Estado sublinhou que a república e a democracia “experimentaram substanciais mudanças no sistema do Governo, nos regimes económico e social, avanços na educação, saúde, habitação e solidariedade com o tempo e o modo tantas vezes esmorecidos”.
Ainda que tenha admitido que “o mundo mudou””, assim como “Portugal mudou”, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que “a república está viva. Não é perfeita nem acabada, longe disso. É obra de todos os dias de sucessivas gerações de portugueses. A democracia está viva. Não é perfeita nem acabada, longe disso. É obra de todos os dias de sucessivas gerações de portugueses”.
E acrescentou que “república e democracia estão vivas, mas sabem que têm de mudar e muito nos dois milhões de pobres e mais uns em risco de pobreza, nas desigualdades entre pessoas e territórios, no combate à corrupção, no envelhecimento coletivo e também de tantos sistemas sociais, na insuficiência do saber, da inovação, do crescimento”.
O Presidente da República disse ainda que “viver com liberdade é muito melhor do que viver em repressão. Pluralismo é muito melhor do que verdade única. Tolerância e universalismo é muito melhor do que aversão ao diferente e fechamento”. Sem esquecer de acrescentar que “a mais imperfeita democracia é muito melhor do que a mais tentadora ditadura”.
Por isso, “vale a pena aqui virmos todos os anos, até para dizermos que queremos que a nossa República Democrática seja mais livre, mais igual, mais justa, mais solidária, para o bem de Portugal que é o que nos une, agora e sempre”, rematou Marcelo Rebelo de Sousa.