Portugal encontra-se num seleto grupo de países europeus que registaram um aumento no consumo privado no setor do retalho em 2023. Segundo o estudo realizado pela GfK, empresa de estudos de mercado, que analisou as principais tendências nos padrões de consumo retalhista, após os picos de consumo datados do período entre 2020 e 2021, a percentagem de rendimentos europeus destinados para este setor está em 33,9%. Um número que se aproxima dos níveis pré-pandémicos.
A elevada taxa de inflação, que neste momento está em torno dos 6,4%, afetou o consumo privado. O interesse dos consumidores em investir em serviços dos quais não puderam usufruir durante o período de confinamento cresceu, como por exemplo as viagens.
Os dados apresentados pelo estudo demostram que apesar do aumento no poder de compra e no volume de negócios em comércio retalhista, os cidadãos europeus gastaram menos 0,5% dos seus orçamentos em compras no setor.
Os países da Europa do Leste são os que mais tendem a gastar em retalho, com quase metade dos seus orçamentos a destinar-se ao setor. A Alemanha é o país que apresenta menor taxa de consumo, apenas 27%.
O aumento dos preços em bens alimentares e em energias, bem como as incertezas e as crises geopolíticas, foram fatores que contribuíram para o declínio deste setor, o que fez com que a população na Europa se adaptasse às novas necessidades e exigências do mercado, alterando assim os seus padrões de consumo.