As vendas do grupo Jerónimo Martins (JM), dono da marca Pingo Doce, aumentaram 18,6% para 8,1 mil milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Mas, no comunicado divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a retalhista assume que o resultado líquido atribuível à JM atingiu os 97 milhões de euros, o que traduz uma diminuição de 30,7% face ao período homólogo de 2023. O grupo liderado por Pedro Soares dos Santos sublinha que este valor dos lucros incorpora a “dotação inicial de 40 milhões de euros da recém-criada Fundação Jerónimo Martins”.
Ainda assim, no primeiro trimestre, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) subiu 13,9% para 508 milhões de euros, com a respetiva margem a fixar-se nos 6,3%. A dívida liquida do grupo situou-se nos 2,6 mil milhões de euros nos primeiros três meses do ano, enquanto o volume de investimento atingiu 176 milhões de euros.
Citado no comunicado, o presidente e administrador-delegado da JM, Pedro Soares dos Santos, admite que “entrámos em 2024 conscientes de que a conjugação da deflação alimentar com a inflação nos custos iria intensificar o ambiente concorrencial nos diferentes mercados, em especial na Polónia”. Face a este cenário, o presidente da retalhista garante que se manteve “um foco inabalável na liderança de preço como forma de continuar a crescer volumes e a reforçar as nossas posições competitivas. A consistência e assertividade na execução desta estratégia levaram todas as insígnias do grupo a entregar, nos primeiros três meses do ano, crescimentos de vendas na mesma base de lojas e para além do efeito positivo de calendário, apesar da inflação negativa ou nula registada nos respetivos cabazes”.
No que se refere ao contributo das diferentes geografias onde a Jerónimo Martins está presente, pode ler-se no comunicado que, em Portugal, as vendas do Pingo Doce cresceram 8,3% para 1,2 mil milhões de euros. As lojas Recheio registaram um volume de vendas de 303 milhões de euros, mais 2,7% do que no primeiro trimestre de 2023. Na Polónia, a marca Biedronka atingiu um crescimento de vendas de 9,3% em moeda local, atingindo os 5,8 mil milhões de euros, mais 18,8%. A marca polaca inaugurou 28 lojas neste período. Também a insígnia polaca Hebe registou uma subida de vendas de 28% (em moeda local), atingindo os 130 milhões de euros, mais 39,2% face ao período homólogo. A Hebe abriu sete lojas na Polónia e duas na República Checa.
A insígnia colombiana Ara atingiu 711 milhões de euros em vendas, o que significa um crescimento de 20% (em moeda local), sendo que abriu 27 lojas.