A diversidade e inclusão são temas que ganham cada vez mais espaço na agenda do mundo laboral. Apesar disso, segundo dados do mais recente estudo da GoodHabitz, 84% dos colaboradores em Portugal acredita que a sua organização deveria prestar mais atenção a estes temas e 75% considera importante trabalhar numa organização que valoriza a diversidade e a inclusão – este número torna Portugal o segundo país europeu que mais valoriza estes valores, atrás da Dinamarca.
A pesquisa levada a cabo pela GoodHabitz, em parceria com a Markteffect, foi realizada através de inquéritos a mais de 13.000 colaboradores em 13 países europeus, dos quais fizeram parte 1.047 pessoas da população ativa em Portugal, entre os 25 e 55 anos de diferentes funções e indústrias e em empresas de diferentes dimensões.
“A força de trabalho atual é uma das mais diversas da história, pode ver-se pela comida que come, na música que ouve ou nas roupas que usa. Desta forma, as empresas começam a compreender que apoiar e promover uma força de trabalho diversa e inclusiva leva a uma maior empatia, criatividade e inovação”, refere a GoodHabitz.
Acima da média europeia
No contexto português, nota-se que a diversidade e inclusão não é apenas uma prioridade para os trabalhadores, mas é também para as organizações, já que 66% dos inquiridos em Portugal afirma que a organização para a qual trabalha está a esforçar-se para criar eficazmente um local de trabalho mais inclusivo e diversificado – percentagem acima da média europeia de 61%.
Quando inquiridos sobre a aceitação e abertura para temas de diversidade e inclusão cultural no local de trabalho, a maioria dos portugueses sente que as diferenças culturais podem ser discutidas dentro da sua organização. Contudo, quase um em cada 10 (9%) não se sente à vontade para discutir diferenças culturais com os colegas. Apesar disso, 69% dos trabalhadores sente que os seus gestores aceitam pessoas de diferentes culturas e etnias, o que é também superior à média europeia de 66%.
Relativamente à abertura dos trabalhadores portugueses quanto à sua orientação sexual no ambiente de trabalho, à semelhança da média europeia, a maioria (63%) sente que pode falar abertamente sobre o tema.
Os países mais abertos e inclusivos quanto à orientação sexual no ambiente de trabalho são a Dinamarca 78%, seguida dos Países Baixos com 73%, e em terceiro lugar o Reino Unido (72%).
Simultaneamente, sobre o estado atual da qualidade da equidade, também 63% dos inquiridos em Portugal afirma que sente que todas as pessoas na sua organização são tratadas de forma igual. Porém, ainda que mais de metade dos colaboradores europeus e portugueses sintam que podem ser eles próprios no local de trabalho e que são tratados de igual forma, cerca de 20% dos inquiridos são ainda neutros na matéria, o que pode demonstrar que os colaboradores ainda não estão familiarizados com o assunto ou que não lhe dão importância.
Todavia, a igualdade também diz respeito à igualdade de remuneração independentemente do género. Neste sentido, 11% dos portugueses revelam que o género afeta o seu salário, o que significa que mais de um em cada 10 colaboradores pode sentir que é tratado de forma diferente apenas por causa do seu género. Ainda assim, em Portugal, 65% dos colaboradores acreditam que o género não influencia o seu salário.
Pedro Monteiro, porta-voz da GoodHabitz, em Portugal, comenta que “é bom saber que os colaboradores sentem que as suas organizações estão a fazer um esforço para criar um ambiente de trabalho inclusivo. Isto mostra o quão importante este tópico é. No entanto, este é um trabalho que tem de ser feito por todos e não apenas pelos gestores. Os empregadores não podem forçar um local de trabalho mais inclusivo. Isto é certamente algo que eles devem promover e incentivar, mas é igualmente importante que os colaboradores também contribuam para um local de trabalho inclusivo, aberto e seguro, sendo essencial desenvolverem as soft skills certas para apoiar a estratégia de Diversidade e Inclusão da empresa”.
Cursos ajudam a desenvolver soft skills
O estudo da empresa de e-learning corporativo revela ainda que 71% dos colaboradores sentem que ter acesso a cursos online os ajudará a desenvolver as suas soft skills, o que pode conduzir a um ambiente de trabalho mais diverso e inclusivo.
Além disso, 74% dos trabalhadores portugueses indicam que é importante ter oportunidades de desenvolvimento pessoal para se sentirem felizes no local de trabalho. Isto significa que os colaboradores sentem que podem dar o melhor de si se desenvolverem certas soft skills em tópicos como diversidade e inclusão.