“70% das empresas não retira valor da transformação digital”, afirma Cátia Simões

Cátia Simões, European Digital Transformation Lead na Viatris, foi nossa convidada no Forbes Annual Summit 2025, que decorreu no dia 11 de Dezembro, em Lisboa, na sede da EDP. No seu pitch, Cátia Simões começou por sublinhar que transformação digital é muito mais do que apenas “implementar canais digitais” nas mais variadas organizações: trata-se de…
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No Forbes Annual Summit 2025, Cátia Simões, European Digital Transformation Lead na Viatris, explicou o que considera serem os três pilares fundamentais da transformação digital: alinhamento estratégico, cultura organizacional e monitorização de impacto.
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Cátia Simões, European Digital Transformation Lead na Viatris, foi nossa convidada no Forbes Annual Summit 2025, que decorreu no dia 11 de Dezembro, em Lisboa, na sede da EDP.

No seu pitch, Cátia Simões começou por sublinhar que transformação digital é muito mais do que apenas “implementar canais digitais” nas mais variadas organizações: trata-se de desenvolver um ecossistema completo que integra tecnologia, processos, sistemas, cultura e equipas, que permite às empresas gerar “valor real e mensurável”. Com mais de 10 anos de experiência em consultoria estratégica e transformação digital, Cátia frisou que apesar de muitas empresas possuírem a tecnologia e as ferramentas necessárias para tal, poucas sabem utilizá-las efetivamente para impactar os resultados dos seus negócios.

Segundo Cátia Simões, 20% representa o crescimento anual das empresas que alinham estratégia digital com a de negócio. Contudo, 70% das empresas não retira valor da transformação digital ao não integrar tecnologia com estratégia de negócio.

Mas como retirar valor da transformação digital?

A abordagem da especialista assenta maioritariamente em três pilares fundamentais: alinhamento estratégico, cultura organizacional, monitorização e impacto.

O primeiro, alinhamento estratégico, consiste em utilizar tecnologias digitais, incluindo Inteligência Artificial e automação, para abordar e resolver problemas reais do negócio e gerar valor concreto, em vez de limitar-se à digitalização de processos.

O segundo, cultura organizacional, visa mobilizar e capacitar equipas, promovendo responsabilidade, envolvimento e capacidade de execução eficaz. A cultura deve garantir que os colaboradores compreendem o impacto das suas ações e que podem operar de forma coordenada, ágil e orientada para resultados.

O terceiro pilar, monitorização e medição do impacto, destaca a necessidade de vincular as iniciativas digitais ao desempenho financeiro, assegurando que cada projeto contribua de forma tangível para a competitividade, o crescimento, e a sustentabilidade do negócio.

A abordagem da especialista assenta maioritariamente em três pilares fundamentais: alinhamento estratégico, cultura organizacional, monitorização e impacto.

Use Case: Banco CTT

Para ilustrar a aplicação prática destes princípios, Cátia Simões apresentou-nos o caso do Banco CTT, onde a integração da estratégia digital na operação diária incluiu várias etapas críticas. Inicialmente, procedeu-se à análise do comportamento dos clientes e das funcionalidades dos canais digitais existentes, complementada por uma avaliação abrangente da arquitetura tecnológica, garantindo que os sistemas internos suportassem as metas de negócio.

Com base nesta análise, foi desenvolvido um roadmap de implementação, priorizando iniciativas que proporcionassem impacto mensurável e sustentável. Uma das medidas centrais consistiu na criação de um Design System, que permitiu estabelecer um backlog de componentes digitais reutilizáveis, reduzindo custos de desenvolvimento, acelerando a implementação de funcionalidades e assegurando consistência na experiência digital do cliente.

A implementação seguiu uma abordagem faseada e pragmática, orientada para resultados, incluindo aumento da adesão dos clientes, melhoria da experiência de utilização e crescimento em up-selling e cross-selling. Paralelamente, a transformação digital permitiu otimizar a alocação de recursos humanos e reposicionar equipas, promovendo maior eficiência e capacidade de inovação.

Cátia Simões sublinha que quanto mais digital é a experiência, maior é a rentabilidade por cliente, engagement e satisfação, cross-selling e up-selling.

Cátia concluiu o seu pitch enfatizando que a transformação digital só gera valor quando articulada com a estratégia de negócio e sustentada por uma cultura organizacional adequada, com resultados medidos de forma rigorosa e associada ao desempenho financeiro.

Para 2026, designou-o como “o ano do digital com impacto”, repetindo que a mera digitalização é insuficiente, sendo imperativo gerar resultados tangíveis, mensuráveis e sustentáveis. A intervenção da especialista evidenciou que o sucesso da transformação digital depende da conjugação entre tecnologia, estratégia e capital humano, sendo o impacto efetivo o principal indicador de relevância e competitividade organizacional.

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