Os resultados do inquérito “Sinais Vitais” feito pelo barómetro CIP / Marketing FutureCast Lab do ISCTE, no início de janeiro, às empresas em Portugal sobre a sua situação atual e as expectativas que têm para este ano, mas também sobre a avaliação que fazem das medidas definidas para combater a pandemia de COVID-19 apurou que cerca de 43% das empresas preveem um crescimento das suas vendas neste início de ano.
Esta percentagem é maior entre as médias (68%) e as grandes empresas (50%). Menos de um quarto das empresas esperam uma diminuição do seu volume de negócios neste 1º trimestre de 2022.
O inquérito “Sinais Vitais” refere ainda que a maioria das empresas (69%) aponta para uma manutenção dos postos de trabalho e 24% preveem aumentar o seu quadro de pessoal.
“Estes resultados refletem uma perspetiva mais favorável do que a que se verificava em novembro de 2021, quando apenas 12% das empresas previa um aumento do quadro de pessoal”, comenta a Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
Investir em 2022: 30% pensa aumentar, 21% pensa diminuir
Ainda segundo os dados deste estudo, 30% das empresas pensam investir, em 2022, mais do que em 2019, contra 21% que preveem reduzir o seu investimento.
Acerca da pergunta sobre quando é que “espera que a atividade empresarial possa atingir um nível económico semelhante ao anterior à pandemia?”, 26% considerarem que já se atingiu uma atividade semelhante ao período antes da pandemia. “Contudo 32% consideram que será só em 2023 ou mais tarde”, indica este levantamento da CIP.
Olhando para as dificuldades sentidas com a pandemia, a grande maioria dos empresários e gestores (84%) considera que os programas de apoio estão aquém (ou muito aquém) das necessidades.
A opinião sobre a carga burocrática nos apoios é de que é excessiva, havendo 71% dos inquiridos a considerarem o processo burocrático ou mesmo muito burocrático.
A perspetiva do impacto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) continua a ser muito reduzida, na visão dos empresários, uma vez que apenas 12% consideram que terá um impacto significativo ou muito significativo na sua atividade.
Ainda no tocante aos programas de apoio, verifica-se que, entre as empresas que afirmaram não se terem candidatado a estes programas (64% do total), tal deve-se, em 43% dos casos, a uma perceção por parte dos empresários de que as suas empresas não preenchem as condições de elegibilidade.
A percentagem de empresas que responderam ao inquérito que afirmaram estar em pleno funcionamento permanece acima do 90%, mantendo-se igualmente as parcialmente encerradas em redor dos 7%;
“Relativamente ao teletrabalho, a maioria (54%) respondeu não ter ninguém a trabalhar nesse formato de trabalho. 36% estão parcialmente nesse regime e apenas em 10% a totalidade dos trabalhadores se encontra nessa condição”, informa a CIP neste documento.
A confederação dos empresários salienta como um dado positivo o facto de 40% das empresas registarem um crescimento das suas vendas no último trimestre de 2021 comparativamente ao mesmo período de 2019.
O número de empresas que registou uma diminuição de vendas no último trimestre de 2021 face a 2019 reduziu-se para 34%. Estas empresas diminuíram, em média, cerca de um terço as suas vendas no período em análise.
“No que diz respeito às encomendas em carteira, a situação encontra-se estável, o número de empresas que registam uma diminuição de encomendas é idêntico ao das empresas que registam um aumento”, referem as conclusões do estudo.