O economista do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, Carlos Vaz, chama a atenção para a necessidade de se reduzir os custos de produção interna e não impor barreiras de importação.
Carlos Vaz entende que o governo tem o papel de promover a produção interna, mas comete o erro de não estabelecer um tempo a partir do qual os produtores nacionais deixarão de ser protegidos.
“Se os produtores nacionais forem competitivos e tiverem preços atractivos, a procura irá se desviar da importação para a doméstica. Mas, para tal, é necessário melhorar as infra-estruturas, luz, água, vias de comunicação, tornar o direito de propriedade acessível, acesso à melhor rede logística para o escoamento dos produtos e facilitar a abertura e gestão dos negócios”, argumenta o também professor universitário.
Sobre o papel do Estado, o economista Carlos Vaz considera que, de facto, o Estado tem a tarefa de promover a produção nacional e administrar as divisas que são escassas, mas adverte que o que determina o que se importa ou não é a competitividade dos produtores internos e não com medidas protecionistas.
O também professor das cadeiras de Desenvolvimento e Integração Económica da Universidade Católica de Angola não acredita que com medidas proteccionistas os produtores nacionais venham a ser mais competitivos, porque todos os países que optaram por esta via, mesmo enfrentando problemas semelhantes aos que Angola enfrenta, acabaram mais ineficientes do que eram antes da protecção.
Sustenta a sua tese argumentando que, neste momento, os empresários não terão incentivos devido a falta de concorrência e a solução seria estabelecer um tempo a partir do qual o Estado deixará de proteger os produtores nacionais. “Essa é a única forma de garantir que os produtores sairão mais robustos e mais competitivos desta protecção”, conclui.