O mais recente estudo da Robert Walters – consultora global de recrutamento a que a FORBES teve acesso em exclusivo, aponta que 29% das mulheres afirmam que as suas opiniões nas empresas em que trabalham não são valorizadas tanto quanto a dos seus colegas.
Realizado em 2020, com base em experiência de inclusão no local de trabalho e com 7.500 profissionais inqueridos no Reino Unido, Irlanda, Portugal, França, Brasil e Chile, o estudo destaca ainda que 55% das mulheres, há mais de três anos em determinadas empresas, recebem uma promoção.
Enquanto isso, avança a pesquisa, 24% das mulheres dizem que a falta de confiança as impede de pedir um aumento salarial (o dobro da proporção de homens heterossexuais) e 38% não recebeu aumento de salário, quando tentaram negociar a sua remuneração, em comparação com apenas 21% dos homens heterossexuais e 26% das mulheres heterossexuais.
Embora os relatórios de disparidades salariais de gênero tornem as organizações responsáveis por eliminar as desigualdades binárias de género, essas obrigações só permitem que os empregadores, segundo o estudo, criem um local de trabalho inclusivo. Ou seja, nutrir um ambiente onde qualquer pessoa, independentemente da sua identidade de género, sexualidade, raça, religião ou background socioeconómico pode ser bem-sucedida no trabalho.
No capitulo de negociação de salários, nos países abrangidos, a pesquisa aponta que as mulheres (55%) são menos propensas em relação aos homens (66%). “Na verdade, descobrimos que 45% das mulheres nunca tentaram negociar o seu salário. No entanto, parece que um número maior de mulheres se sente mais capacitado para pedir um aumento do que antes, sendo que 57% nunca negociaram o salário antes”, refere o estudo.
Das mulheres que tentaram negociar o seu salário, aponta o estudo, mais de um quarto (26%) não recebeu o aumento, contra apenas 20% dos homens. Essa porcentagem aumenta ainda mais para mulheres LGBTQi + (Lesbicas, Gays, Bissexuais, Transgeneros, Queer, Intersexo), onde um terço (38%) não recebeu nenhum aumento, enquanto 12% receberam menos de 50% da sobida proposta.
Para que haja uma verdadeira paridade de gênero no local de trabalho, a pesquisa destaca a necessidade de uma distribuição igual de mulheres e homens em cargos de liderança e gestão de equipes é a chave. “Um nível maior de representação nesses casos estabelece as bases para mudança significativa dentro de uma organização”, consideram os autores do estudo.
A pesquisa conclui que existe ainda um grande caminho para ser percorrido, até o talento feminino se equiparar à remuneração, destacando que vê-se uma clara disparidade salarial entre homens e mulheres. “Em comparação com o salário médio de profissionais de gestão, apenas 24% das mulheres ganham acima da média, face a 33% dos homens. Quando comparado com o salário médio para uma posição de gestão, 37% das mulheres ganham acima desse valor, contra 50% dos homens”, diz o estudo.
A diferença salarial é apenas um dos pontos mencionados no estudo. Outros pontos importantes, como desenvolvimento e progressão de carreira e idade também são abordados na pesquisa.