Incentivo à natalidade: Este é para mim o maior e principal problema português, mas que é sucessivamente negligenciado pelos governos. Sem portugueses, não há Portugal, apenas um território. Portugal é neste momento um dos países mais envelhecidos do mundo, fator que já está a ter nefastas consequências sociais e económicas, e que só se irão agravar. Sem uma reforma profunda e realista, a todos os níveis, não conseguiremos inverter esta tendência que já conta com mais de quarenta anos.
Reter os portugueses: Se queremos fazer crescer a economia, torná-la robusta, competitiva e inovadora, Portugal tem de garantir oportunidades de acordo com as expectativas e formação de quem está cá. Infelizmente, as condições pouco atrativas de vida e trabalho já custaram ao país mais de 500 mil pessoas, que nos últimos emigraram em busca de um sonho e de uma oportunidade que não encontraram no seu país, tirando da nossa população uma parte substancial de valor acrescentado, uma vez que estas pessoas são normalmente as com maior formação, assim como em idade fértil. Temos que conseguir reter, de uma vez por todas, o melhor que temos.
Baixar a carga fiscal: A elevadíssima carga fiscal, transversal a todos os setores, funciona como um travão à criação da liquidez necessária não só à qualidade de vida dos portugueses como ao investimento, sem o qual a economia, ou qualquer atividade, nunca sairá de uma condição de apatia. O valor que seria libertado ficaria nas mãos dos portugueses e das empresas, que sabem, melhor do que ninguém, onde e como o devem aplicar, com a máxima eficácia. A ideia de um Estado que concentra em si toda a riqueza e depois a distribui de acordo com os seus critérios e vontades não faz sentido e resulta sempre em enormes desperdícios, algo que Portugal já não se pode dar ao luxo.
Política cultural: A cultura sofreu, desde sempre, as consequências de um país pobre, para quem este setor não é uma prioridade. O resultado reflete-se num setor cultural dependente dos parcos recursos estatais e outros fundos, e de uma burocracia pesada, que não o deixa prosperar nem ocupar o seu legítimo lugar na economia e na sociedade portuguesa. A questão nem se trata de haver mais investimento público (que também é importante), mas sim por criar medidas atrativas e pragmáticas, que potenciem o envolvimento das empresas e sociedade civil na cultura, através de uma política de mecenato mais abrangente e generosa que crie vantagens para quem contribui para um setor de que todos beneficiam.