O setor da tecnologia, onde se incluem produtos e serviços de elevado valor acrescentado, pode e deve ser um dos setores estratégicos para a economia nacional.
A nossa posição geográfica, embora periférica relativamente à Europa tem uma centralidade inigualável relativamente à conexão entre a Europa, África e Américas por via das ligações submarinas transatlânticas. Portugal pode assim constituir um Hub de referência internacional, englobando estas ligações, centros de dados, supercomputação, serviços associados às TIC, nas suas mais diversas áreas, incluindo aplicações de IA, analítica, web3.0 e cibersegurança. Este hub assenta numa excelente infraestrutura de rede de telecomunicações cuja qualidade já hoje nos distingue internacionalmente.
Dado que a economia portuguesa é predominantemente constituída por micro e pequenas empresas, com uma faturação anual média de 385 mil euros, conforme os dados de 2022 do PORDATA, torna-se imperativo não apenas atrair novos investimentos, mas também facilitar o crescimento destas empresas.
É crucial incentivá-las a atingir a escala necessária para competir internacionalmente e a investir de modo a sofisticar as suas ofertas, reduzindo os seus custos de contexto, sejam eles energéticos, fiscais, regulatórios ou administrativos. As políticas públicas devem incentivar esse investimento e ganho de escala, promover a recapitalização das empresas e reduzir os mencionados custos de contexto, ao mesmo tempo que impulsionam a criação e ampliação de competências digitais para a nossa população em geral e a atração e qualificação de trabalhadores para o setor em particular.