Tanto o sector digital como o da energia padecem do mesmo desafio: assegurar as competências necessárias – Pessoas – para garantir que o crescimento da atividade nos próximos anos seja sustentável. A crise da retenção e recrutamento do talento nestas áreas a nível europeu está para ficar.
Portugal tem aqui um desafio adicional que é o da diferença salarial entre os profissionais destes sectores quando comparados com os do resto da Europa.
O aumento do investimento nestas áreas acentuou-se depois da pandemia. No digital, o trabalho remoto e o fenómeno dos nómadas digitais, acentuaram a dinâmica global. Já na Energia – um sector que precisa de mão-de-obra qualificada e localizada – os profissionais encontram hoje desafios e projetos na Europa igualmente interessantes, pelo que devemos trabalhar rapidamente – e a fundo – no recrutamento e retenção destes quadros especializados.
Duas medidas para esta concretização pelas empresas e que deviam ser desígnio nacional, qualquer que seja a cor política vigente:
1.Redução – maior – da taxa de imposto de pessoas até aos 35 anos. Devemos interiorizar que competimos com países com a Holanda, onde, nos primeiros anos de trabalho, um jovem de 25 anos pode pagar apenas 15% de imposto.
2.Trabalhar a boa imigração. É um facto que deixámos a nossa pirâmide demográfica desequilibrar-se, mas a economia continua. Temos de viver com a imigração, mas implementando os mecanismos que permitem uma adequada integração social na sociedade, ao mesmo tempo que integramos estas pessoas num mundo do trabalho que precisa muito delas.