Alojamentos universitários: da experiência vivida na Jornada Mundial da Juventude retiro a vivência tão positiva para quem acolhe e para quem é acolhido. Estou a falar das famílias de acolhimento que receberam em suas casas jovens peregrinos da JMJ.
Quantas pessoas, quantas famílias, poderiam acolher em suas casas jovens estudantes universitários? Quanto bem poderia daí decorrer? Pessoas que vivem sós, e ou famílias a quem a presença de uma ou um jovem universitário poderia ser tão enriquecedor. Esta possibilidade poderia ser uma importante oferta a complementar tantas outras, sejam estatais, privadas e ou do setor social. O objetivo é que todos os jovens tenham acolhimento/alojamento nessa fase tão especial das suas vidas.
Universidades/politécnicos/empresas: reforçar ainda mais as ofertas de formação superior à realidade empresarial da geografia onde se situam. Constato nesta Península de Setúbal, quanta diferença poderá fazer para a vida de tantos jovens e para as empresas que a formação oferecida pelas escolas superiores possa estar “encarnada” na realidade das efetivas necessidades das empresas.
Habitação: é urgente olhar para os Planos Diretores Municipais sem dogmas… é necessário e urgente aumentar muito significativamente a oferta de habitação e diluir drasticamente a especulação imobiliária. Estado, Autarquias, Privados, setor social. Todos podem e devem alterar a atual situação.
Áreas de soberania: Continuarmos com discursos de “tudo para todos e sempre” não nos permitirá descolar… Urge uma reflexão serena e madura, após os 50 anos de democracia, sobre as áreas em que apenas o Estado pode estar e agir e todas as outras em que podemos encontrar soluções híbridas. Forças Armadas/Defesa… pessoalmente não tenho dúvidas da exclusividade do Estado. Saúde… soluções híbridas. Educação… soluções híbridas… e poderíamos elencar muitas outras áreas. Dei apenas exemplos. O Estado não tem capacidade para continuar a ser omnipresente em todas as áreas. Obviamente que é preciso refletir, ouvir, falar, e chegar a entendimentos de Estado. Pacto da Justiça, Pacto da Educação, Pacto disto e daquilo… onde estão? o que lhes aconteceu?
Sócio caritativo: o setor social: as IPSS – Instituições Particulares de Solidariedade Social, as Misericórdias e as Mutualidades, são uma riqueza única que poucas sociedades pelo mundo inteiro podem usufruir. Nos últimos anos fomos, infelizmente várias vezes a almofada social, o para-choques dos portugueses em tempo de crises. A organização no território das valências diversas de serviços às comunidades, às pessoas, tem de, e de modo definitivo, acabar com distorções e desconfianças de entidades públicas e ou privadas ao terceiro setor. Seremos cada vez menos para dar respostas urgentes a cada vez mais pessoas… sem medos, confiando, em regime de complementaridade e à luz da subsidiariedade façamos mais, melhor e diferente.