Nota prévia: no turismo as empresas desempenham, ninguém tem dúvidas, o maior papel, como investidores, empregadores, criadores de destinos e experiências, e têm tido no turismo de Portugal um parceiro fundamental, no investimento e na promoção do País. As medidas que se sugerem são, por isso, também exemplos de potenciais domínios onde entidades públicas e empresas podem trabalhar articuladamente para criar valor ao Turismo e ao País.
1- Criar um programa de captação e capacitação de RH estrangeiros para Portugal: sabendo que o País em geral e a hotelaria em particular dependem em absoluto de mão de obra proveniente da imigração (nota: em 2023 os trabalhadores com nacionalidade estrangeira representaram, no Turismo, mais de 25% do total), é fundamental investir na sua formação e preparação, quer ao nível de soft skills, quer de competências mais específicas. E não falo apenas de trabalhadores para as profissões de suporte com menores qualificações académicas, mas de todas. E é também fundamental promover a sua integração nas comunidades, disponibilizando soluções de alojamento preparadas para o acolhimento de famílias, escola e transporte. E as empresas têm também um papel importante a desempenhar aqui, na integração lato sensu.
2- Promover a mobilidade sustentável em Portugal, investindo nas infraestruturas, transportes eficientes e tecnologicamente avançados.
3- Investir e rentabilizar o património cultural, sobretudo museológico, como atrativo fundamental para o Turismo e para o enriquecimento da população residente. Há muito por fazer neste domínio (ver ponto 4).
4- Fazer verdadeiras parcerias entre as empresas turísticas e as cidades onde é cobrada a Taxa Turística (e limitar esta taxa a destinos com maior carga e não banalizar este tributo!), por forma a que os resultados da mesma- note-se, cobrada pelo Hotéis aos hóspedes, também portugueses- sirva para responder ao necessário equilíbrio entre população residente e turistas. Desde logo trabalhando a comunicação e desconstruindo falsas informações; preparando as nossas cidades para as alterações climáticas e tornando-as mais acessíveis; e investir no património cultural (ver ponto 3).