A médio prazo e longo prazo, a procura de gás, quer na Europa, quer nos Estados Unidos e no Japão, deverá cair consideravelmente, estima um estudo realizado pela Crédito y Caución. Segundo esta análise da empresa especialista em seguros de crédito, a procura global deverá situar-se, em 2030, cerca de 8% abaixo dos atuais níveis de consumo, embora os mercados emergentes da Ásia, Médio Oriente e Ásia continuem a registar aumentos.
Assim, na Europa a queda da procura será bastante superior à média mundial, sendo que só nesta década deverá atingir os 37% de quebra face ao consumo atual. São três os mercados mundiais do gás, a América do Norte, a Ásia e a Europa, cada um com o seu próprio mecanismo de fixação de preços, e é sabido que o mundo enfrenta uma grave crise energética provocada pela guerra na Ucrânia, na qual a Europa tem um papel principal. A excessiva dependência do gás natural da Rússia, que reduziu o seu fornecimento à Europa em cerca de 80%, obrigou o velho continente a recorrer às importações de gás natural liquefeito, o que levou a que os preços atingissem máximos históricos. A Crédito y Caución prevê que, embora, a longo prazo os preços possam cair nos Estados Unidos, na Ásia e na Europa, a curto prazo deverão manter-se elevados e voláteis.
O peso do gás natural no mix energético passará de 16% para os 10%
Acreditando que haverá um cumprimento dos compromissos energéticos já anunciados por diversos países, a seguradora de crédito estima que, em 2050, a procura de gás natural tenha reduzido em 40% face à atual. Isto significa que o seu peso no mix energético passará de 16% para os 10%.
A partir de 2030, começará a sentir-se também um decréscimo de consumo na China, a partir de 2035 no Médio Oriente e a partir de 2040 na Índia. A curto prazo, o Médio Oriente continua a ser a maior fonte de crescimento da procura de gás natural. A meio deste século, a Rússia deverá manter-se como o principal fornecedor, ainda que o seu papel no comércio mundial diminua fortemente, já que se prevê uma quebra de 40% na sua produção. A China vai continuar a reforçar as compras à Rússia, mas estas apenas cobrirão metade da perda das exportações para a Europa. Os Estados Unidos deverão manter-se como segundo fornecedor mundial.