Deu-se no passado fim-de-semana, em Genebra, um dos mais importantes leilões de primavera do mundo da relojoaria, o Phillips Watch Auction XV.
Há muito que os leilões de relógios são vistos como o termómetro do estado da indústria relojoeira, dando ao público em geral uma noção de como os maiores colecionadores do mundo estão a consolidar ou fazer crescer a sua coleção.
Este ano, além do normal leilão Phillips Watch Auction, a leiloeira Suíça agregou um importante leilão na celebração dos 50 anos do modelo mais icónico da Audemars Piguet, o Royal Oak, resultando assim num fim-de-semana espetacular recheado de algumas das peças mais raras alguma vez vistas em leilão.
A partir de ambos estes leilões destacamos 5 peças incrivelmente notáveis que tivemos o prazer de experimentar e ver em leilão.
Audemars Piguet Royal Oak 5402 nºA2
Os colecionadores do modelo Royal Oak da Audemars Piguet tiveram este fim-de-semana a primeira oportunidade para ver o que é atualmente o mais antigo Royal Oak com um dos primeiros números de série. O A2 foi nada mais nada menos o segundo relógio alguma vez produzido na coleção icônica da marca, a linha Royal Oak.
Foi também um dos 4 relógios (números A1, A2, A3 e A4) que foi apresentado em 1972, quando esta linha foi lançada, na feira de relógios de Basel, tornando esta peça ainda mais desejável e totalmente única.
Dadas estas características de sonho, alcançou 1.058.500 CHF.
Audemars Piguet Referência 5402 ST Jumbo “de” Karl Lagerfeld
Originalmente produzido em aço, este 5402 foi um dos primeiros Royal Oak a serem produzidos, tendo uma referência que começa com a letra A.
O mesmo foi vendido pela primeira vez em Itália em 1973 onde foi logo de seguida submetido a um tratamento PVD de cor preta pelo comprador, presumidamente, Karl Lagerfeld.
Através de uma pesquisa aprofundada pelos especialistas da leiloeira Phillips foi possível chegar a uma elevada probabilidade de que este Royal Oak foi muito provavelmente o Royal Oak que Karl Lagerfeld possui e usou várias vezes ao longo da sua carreira, especialmente quando trabalhava em Roma no mesmo ano em que o relógio foi vendido. Além disto, a leiloeira Phillips conseguiu reunir várias fotos em que vemos Karl Lagerfeld a usar este mesmo Royal Oak.
Foi devido a estas características que este Royal Oak conseguiu alcançar os 937.500CHF.
Rolex Daytona Referência 6239 “Crazy Doc” da coleção Eric Clapton
Além de ser apresentado num estado quase intocado, este é possivelmente o único Rolex Daytona referência 6239 em ouro amarelo em existência com um mostrador de com escala de pulsações, feito principalmente para assistir profissionais de saúde na medição da pulsação dos seus pacientes.
Mas o que torna este Rolex Daytona numa peça quase impossivelmente desejável é o facto de o mesmo ter pertencido à coleção do famoso cantor Eric Clapton, que o comprou em Itália nos anos 90.
Dada esta combinação de fatores esta referência 6239 foi vendida por 1.724.000 CHF.
Patek Philippe Referência 1503
Para os colecionadores, melhor que um relógio que reúna características raras e cobiçadas é um relógio que reúne também elevada importância histórica.
Esta referência 1503 reúne ambas.
Além de ser um de apenas dois conhecidos com esta configuração de características (mostrador em esmalte preto com numerais Breguet) foi também o relógio de Simon Wiesenthal, um dos mais importantes participantes na captura de altas patentes Nazis, como Adolf Eichmann, um dos principais membros por detrás do Holocausto, e Karl Silberbauer, o homem que prendeu Anne Frank.
Dado a esta combinação de características únicas, esta referência 1503 alcançou 1.361.000 CHF.
Patek Philippe Referência 1518 “Pink on Pink”
Produzido em 1947, este Patek Philippe apresenta uma das variações mais raras dentro da referência 1518, uma caixa em ouro rosa combinada com um mostrador de cor salmão. Com apenas 281 peças produzidas este foi o primeiro cronógrafo perpétuo produzido em série pela Patek Philippe tornando esta peça ainda mais desejada pelos colecionadores.
Alcançou um incrível valor de 3.297.000 CHF.