Nos últimos dois anos, o número de mulheres que investem através de crowdlending de impacto na Goparity tem vindo a aumentar, revela esta plataforma de finanças éticas.
Entre 2020 e 2021, o número de investidoras aumentou cerca de 8% e ao analisar a sua representatividade no grupo etário com mais de 65 anos, a discrepância entre homens e mulheres é menor, observando-se nessa faixa etária um total de 34% de investidoras, oito pontos percentuais acima da média total. Esta tendência também se verifica no grupo de pessoas que mais investe na plataforma, sendo que existem duas mulheres no top 5 e, inclusive, a maior investidora a título individual da Goparity é mulher.
Ainda assim, as mulheres continuam a representar apenas 26% do número total de investidores individuais. A Goparity assume que um dos seus objetivos é fazer crescer esta percentagem.
“De acordo com o estudo Mulheres e Finanças da Mastercard, apesar dos progressos já verificados ao nível da envolvência das mulheres nestas áreas, mais de metade das entrevistadas ainda considera que os seus conhecimentos financeiros são muito básicos. Adicionalmente, apenas 38% afirma ter conhecimentos básicos, o que pode espelhar o perfil dos investidores portugueses. Ainda existe um caminho a percorrer no sentido da igualdade de género no mundo financeiro e na Goparity queremos contribuir ativamente para esta mudança”, declara Rita Oliveira, Chief Marketing Officer da Goparity.
Empresas que procuram financiamento
A Goparity divulgou também dados sobre o perfil dos seus promotores (as empresas que procuram financiamento para os seus projetos sustentáveis através da plataforma). Do total de 113 empresas, 50 possuem, pelo menos, uma mulher no Conselho de Administração, representando, assim, quase 40% do total de empresas financiadas pela plataforma.
De entre as várias empresas promotoras, encontram-se, por exemplo, a empresa de hidrogénio verde Keme Green H2 e a 50 Rebels, empresa portuguesa de produção de bicicletas elétricas.
“Não só queremos crescer a nossa base de investidoras e de promotores com mulheres em posição de liderança, como também dar o exemplo a partir de dentro. Atualmente, somos uma equipa de 21 pessoas, das quais 11 são mulheres, o que é, a nosso ver, uma proporção bastante equilibrada. Desde a última ronda de investimento, contamos não só com duas mulheres em posições executivas: Chief Marketing Officer e Chief Technology Officer, como ainda com uma mulher no Conselho de Administração da empresa. É impossível fazer referência à nossa última ronda de investimento sem destacar ainda o facto de a nossa principal acionista individual ser uma mulher”, acrescenta Rita Oliveira.
A principal missão da Goparity é a democratização do acesso ao financiamento sustentável, ligando empresas e indivíduos que querem investir em projetos com repercussões positivas nas pessoas e no planeta.
Atualmente, a plataforma conta com quase 30 mil utilizadores de mais de 70 países. Os projetos financiados através da plataforma já permitiram apoiar quase 200.000 pessoas em situações de vulnerabilidade, criar quase 7.000 postos de trabalho e contribuir para evitar a emissão de 23.800 toneladas de CO2 para a atmosfera todos os anos.
Financiamento colaborativo
O crowdlending é a prática de emprestar fundos a empresas através de plataformas digitais como a GoParity, que ligam credores a mutuários. Também conhecido sob o nome de peer-to-business lending (P2B), é essencialmente um financiamento colaborativo por empréstimo, em que um coletivo de investidores empresta fundos a entidades através de plataformas digitais ou de prestadores de serviços, contornando bancos e outras instituições financeiras.