Empregadores são contra trabalho remoto, diz pesquisa

A mais recente pesquisa do Robert Walters Group, a que a FORBES teve acesso, revela que os empregadores não gostam que os empregados trabalhem em casa após o isolamento, apesar da maioria dos funcionários querer continuar a trabalhar remotamente. Algumas empresas inquiridas afirmam que, desde que os seus funcionários começaram a trabalhar em casa, houve…
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O modelo de trabalho nas empresas tem sofrido inúmeras transformações, devido à pandemia. Mas, trabalhar em casa não tem sido uma opção que agrade a todos, segundo estudo do Robert Walters Group.
Economia

A mais recente pesquisa do Robert Walters Group, a que a FORBES teve acesso, revela que os empregadores não gostam que os empregados trabalhem em casa após o isolamento, apesar da maioria dos funcionários querer continuar a trabalhar remotamente.

Algumas empresas inquiridas afirmam que, desde que os seus funcionários começaram a trabalhar em casa, houve um nível reduzido de produtividade e produção. Entretanto, o estudo ressalva que estes resultados negativos não abrangem todas as empresas.

Com o cenário de crise provocado pela pandemia, são vários os desafios das empresas. Para muitas empresas, especialmente as maiores, que possuem grandes equipas, o principal [desafio] hoje passa por acomodar as expectativas de mudança dos funcionários trazidas pela sua nova forma de trabalhar, mantendo ao mesmo tempo um senso de controle.

“É tudo uma questão de estar aberto a isso. A principal consideração é garantir que os funcionários se sintam ouvidos e atendidos, se as empresas conseguirem fazer isso direito, o resto tomará conta de si mesmo”, defende François-Pierre Puech, country manager da Robert Walters Portugal.

Além das preocupações com a produtividade de trabalhar em casa, avança o documento, muitas empresas sentem a perda da identidade da marca e da cultura organizacional, parte crucial da formação do comportamento, dos valores e das atitudes dos funcionários.

Para encorajar as empresas, a pesquisa do Walters Group aponta ainda que quase 50% dos empregadores indicaram que buscarão adaptar as suas ofertas em resposta à mudança nas expectativas dos funcionários.

Um relatório recente do Fórum Económico Mundial indica que 84% dos empregadores têm um plano para expandir o trabalho remoto, pelo que já se tem observado as empresas a recorrerem a soluções de co-working.

Co-working apresenta-se como solução vantajosa

O inquérito revela também que os espaços de co-working estão a se tornar numa opção vantajosa para empregadores e funcionários de grandes empresas. Isso, justifica o estudo, se deve em grande parte aos recursos disponíveis para os funcionários em um ambiente flexível, como por exemplo, impressoras, scanners, conexão à internet, espaço físico para receber entregas ou realizar reuniões, sem a rigidez de um escritório permanente – o que representa um fator de poupança de recursos para os empregadores.

Outra atração desse ambiente [co-working] é a capacidade de colaborar criativamente e se conectar com outras pessoas no espaço, algo que se perdeu durante a pandemia da Covid-19 e, infelizmente, teve um impacto negativo na saúde mental dos funcionários.

Para o Robert Walters Portugal, o modelo de trabalho remoto certamente não vai desaparecer após a pandemia, mas, o seu apelo só aumentará, à medida que mais funcionários buscarem uma abordagem mista ou híbrida de como trabalham.

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