Em julho, Vila do Conde reemerge como o que já é há mais de três décadas: a capital portuguesa das curtas-metragens, recebendo filmes, realizadores e produtores de todo o mundo. É o regresso do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, de 12 a 20 de julho, que na sua 33ª edição inclui mais de 250 produções na programação, provenientes de mais de três dezenas de países.
O Curtas 2025 apresenta, este ano, mais de 90 filmes em estreia nacional e mais de 30 em estreia mundial.
Os programas-âncora do festival são quatro: “Last Film” (onde se convocam as últimas curtas de cineastas consagrados, os seus filmes derradeiros); “In Focus” (com um olhar sobre o americano Whit Stillman e outro sobre o dinamarquês/palestiniano Mahdi Fleifel); “New Voices” (tendo em foco a cineasta francesa Maureen Fazendeiro); e “Stereo” (com 3 cine-concertos).
Destaque ainda para a exposição na Solar – Galeria de Arte Cinemática e “Carta Branca” à cineasta iraniana Maryam Tafakory.
A nova edição aposta em novos olhares, talentos emergentes e também em nomes reconhecidos do cinema internacional. “Scenarios”, de Jean-Luc Godard (2024), “Bourbon Street Blues”, de Douglas Sirk (1979), “Return to the Edge of the World”, de Michael Powell (1978), “O Velho do Restelo”, de Manoel de Oliveira (2014) e “A Tremonha de Cristal”, do também português António Campos (1993) são alguns dos filmes que serão exibidos no âmbito do programa “Last Film”, com foco nas últimas obras da carreira de cineastas consagrados quando estas são curtas-metragens.
O realizador norte-americano Whit Stillman e Mahdi Fleifel são os dois autores confirmados para o “In Focus”. O programa fará uma retrospetiva do trabalho de Stillman através da exibição de longas-metragens como “Damsels in Distress” (2011), “The Last Days of Disco” (1998), “Barcelona” (1994), “Metropolitan” (1990) e “Love & Friendship” (2016). Também Mahdi Fleifel, autor de origem dinamarquesa e palestiniana, cujo último filme “To a Land Unknown” (2024) teve a sua estreia mundial na Quinzaine des Cinéastes (Cannes), terá uma retrospetiva do seu trabalho.
Por seu lado, a cineasta Maureen Fazendeiro estará em destaque no “New Voices”, com as curtas-metragens “Les Habitants” (2025), em estreia nacional, “Black Sun” (2019), “Motu Maeva” (2014), bem como a sua longa-metragem “Diários de Otsoga” (2021), correalizada com Miguel Gomes.
A Solar – Galeria de Arte Cinemática, apresentará uma exposição que arranca com o festival, e que continuará patente até dia 30 de agosto, da cineasta iraniana Maryam Tafakory, que inclui uma “carta branca” à realizadora com filmes seus e de outros autores. Tafakory apresenta projetos fílmicos, performativos e de vídeo, com uma base documental. O seu foco é pensar aquilo e aqueles que são negligenciados e apagados da História, questionando regras e perceções sobre comunidades esquecidas, como as mulheres ou as pessoas queer.
Do programa “Stereo” destacam-se os filmes-concerto do ex-Sonic Youth, Lee Ranaldo, com o filme “Quick Billy” do cineasta experimental americano Bruce Baillie, da francesa Felicia Atkinson, para uma atuação surpreendente da banda sonora do filme “Les Yeux Sans Visage”, de Georges Franju (1960), e do músico, produtor e multi-instrumentista John Carrol Kirby que, para além da discografia em nome próprio, também se tem destacado na produção de nomes como Solange e Eddie Chacon. Em Vila do Conde, Kirby atuará com uma obra inédita encomendada para o efeito à artista visual Nika Milano.
O programa da 33ª edição do Curtas Vila do Conde inclui, ainda, conversas, masterclasses e workshops, direcionados para adultos, famílias e crianças.
A organização refere que a programação completa da edição 2025 do festival será revelada depois de concluído o processo de seleção das diversas secções competitivas.
