Comércio digital cresceu 80% em meio a pandemia

O peso do comércio digital no total das compras subiu de 10%, na primeira vaga da pandemia, para 18% no segundo período de confinamento, demonstrando uma crescente adoção dos canais online, aponta o mais recente relatório do SIBS Analytics, que retrata a evolução do consumo em Portugal no ano passado. No período em análise, o…
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O peso dos pagamentos digitais como a MB Way no telemóvel mostraram um crescimento significativo, duas a quatro vezes superior ao verificado em 2019.
Economia

O peso do comércio digital no total das compras subiu de 10%, na primeira vaga da pandemia, para 18% no segundo período de confinamento, demonstrando uma crescente adoção dos canais online, aponta o mais recente relatório do SIBS Analytics, que retrata a evolução do consumo em Portugal no ano passado. No período em análise, o comércio eletrónico disparou cerca de 80%.

De acordo com o documento, entre os indicadores que permitem medir as alterações nos hábitos de consumo dos portugueses, destaca-se o peso dos pagamentos digitais, nomeadamente com o MB Way no telemóvel, que terão registado um crescimento significativo, duas a quatro vezes superior ao atingido em 2019, quer no online quer nas compras em lojas físicas, reforçando, deste modo, a preferência do consumidor pela redução do contacto físico e por soluções móveis.

Nas compras digitais, os setores de “comércio alimentar e retalho” e “material desportivo e recreativo” apresentaram crescimentos mais acelerados face ao período homólogo, encontrando no comércio online uma alternativa para a quebra registada nas compras físicas.

Já o comércio alimentar e retalho cresceu 109% neste canal, no primeiro confinamento e 97% no segundo, enquanto o setor material desportivo e recreativo disparou para 114% de consumo na primeira fase do recolhimento obrigatório e 190% no segundo. Os transportes de passageiros foi o setor mais afetado negativamente nas compras online, registando quebras de 75% e 52% no primeiro e segundo confinamento, respetivamente.

No que se refere às compras físicas, a quebra no consumo em loja foi menos acentuada no segundo confinamento, comparativamente ao primeiro, registando uma variação homóloga de negativa de 29%, de meados de janeiro a meados de março de 2021, enquanto no período de março a maio de 2020, se assistiu a uma variação de aproximadamente metade (-47%).

Os dados do SIBS Analytics indicam também que o comércio de proximidade – que congrega mercearias e mini-mercados, produtos alimentares, bebidas e tabaco – foi o setor que mais cresceu nas compras físicas, assumindo-se como exceção à regra de quebra do consumo, por ter registado durante a pandemia um número de transações superior ao homólogo.

Em sentido contrário, os setores mais vulneráveis foram os de transporte de passageiros, moda e acessórios, restauração e alojamento, que sofreram quebras acima dos 50% face a igual período do ano anterior, como consequência da redução do número de visitantes a chegar a Portugal.

De modo geral e agregado, os dados do SIBS Analytics permitem concluir que o primeiro confinamento revelou ser a fase mais agressiva de travagem do consumo nos últimos 365 dias de pandemia.

 

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