Capacidades digitais de jovens portugueses postas à prova para desenvolver videojogos solidários

A NTT DATA lançou este mês as Olimpíadas Internacionais de Tecnologia em Portugal, que está destinada a crianças dos 7 aos 16 anos e que pretende desenvolver as capacidades digitais e sensibilizar para a consciência ambiental. Trata-se de uma competição virtual, com a duração de três meses, que vai permitir a estes jovens desenvolverem um…
ebenhack/AP
As Olimpíadas Internacionais de Tecnologia em Portugal, lançadas pela NTT DATA, querem colocar os jovens a desenvolver um videojogo que possa vir a ajudar outras pessoas. Fomos conhecer o projeto.
Tecnologia

A NTT DATA lançou este mês as Olimpíadas Internacionais de Tecnologia em Portugal, que está destinada a crianças dos 7 aos 16 anos e que pretende desenvolver as capacidades digitais e sensibilizar para a consciência ambiental.

Trata-se de uma competição virtual, com a duração de três meses, que vai permitir a estes jovens desenvolverem um videojogo, à medida que aprendem a programar.

Conversámos com Susana Bandarrinha, Sustainability Officer da NTT DATA Portugal, que nos explicou como é que esta iniciativa se desenvolverá.

A NTT DATA lançou as Olimpíadas Internacionais de Tecnologia em Portugal. A quem se destina e quais são os seus objetivos?
Susana Bandarrinha (SB):
As Olimpíadas Internacionais de Tecnologia são uma iniciativa gratuita, destinada a jovens dos 7 aos 16 anos, que pretende desenvolver capacidades digitais e sensibilizar os participantes para a consciência ambiental. Os jovens serão organizados em equipas e orientados por mentores, mas podem também ser acompanhados pelos encarregados de educação. A ideia é que consigam desenvolver o seu próprio videojogo, enquanto estimulam a criatividade, o raciocínio lógico e computacional, assim como soft skills como pensamento crítico e a habilidade de resolver problemas, entre outros. É uma forma de despertarmos o interesse dos jovens pela programação e um contributo que damos, enquanto companhia, para a reduzirmos o gap digital, que é identificado pelo World Economic Fórum como um dos riscos globais, acelerando assim a inclusão através da tecnologia.

“É uma forma de despertarmos o interesse dos jovens pela programação e um contributo que damos, enquanto companhia, para a reduzirmos o gap digital”

Esta iniciativa decorre noutras geografias em que a NTT DATA está presente?
SB:
Sim, esta é uma iniciativa internacional. Foi lançada o ano passado e em 2023 já a estamos a lançar em 11 países.

Por que sentiram necessidade de organizar esta iniciativa? 
SB:
Enquanto companhia, temos um forte propósito social e queremos contribuir para uma sociedade melhor através da nossa atuação. Para além da vontade de contribuir para a resolução de um problema social, a desigualdade digital, e de promovermos a inclusão pela tecnologia, entendemos que as Olimpíadas Internacionais de Tecnologia são uma oportunidade para despertar o interesse de crianças e adolescentes pela programação, de uma forma lúdica e divertida. A competição foi desenhada a partir de um modelo pedagógico, que permite quebrar tabus e desenvolver capacidades – raciocínio lógico e computacional – e competências sociais – criatividade, trabalho em equipa, gestão de tempo, etc. -, que se identificam perfeitamente com a nossa atividade e que, acreditamos, serão muito úteis para a vida de todos os participantes.

“As Olimpíadas Internacionais de Tecnologia são uma oportunidade para despertar o interesse de crianças e adolescentes pela programação, de uma forma lúdica e divertida”

Como se vai desenvolver esta competição?
SB:
Trata-se de uma competição de programação online, através da qual os participantes vão desenhar e criar videojogos, histórias e animações, de forma divertida e original.  As Olimpíadas realizam-se através de uma plataforma de aprendizagem digital, que vai permitir aos participantes trabalhar ao seu próprio ritmo, sempre com o apoio de um mentor pessoal, que vai ajudar os jovens a prepararem-se para a grande final, tal como acontece em iniciativas semelhantes.

Quantas inscrições esperam vir a ter nesta primeira edição?
SB:
Nesta primeira edição gostaríamos de chegar às 100 inscrições.

Haverá equipas ou cada participante concorre de forma individual? 
SB:
Os interessados podem concorrer de forma individual ou em equipa.

Os participantes irão receber que tipo de formação para poderem programar?
SB:
A plataforma online é suportada por vídeos didáticos, que lançam desafios para as crianças e jovens superarem, passo a passo, no sentido de desenvolverem o seu pensamento computacional, começando a trabalhar com Scratch, que é uma linguagem de programação muito intuitiva e interativa.

Essa formação será presencial ou virtual?
SB:
A iniciativa vai decorrer integralmente em modo virtual.

Os mentores são colaboradores da NTT DATA. Quantos voluntários estão envolvidos?
SB:
Serão 30 os colaboradores da NTT DATA que vão desempenhar a função de mentores dos participantes. Todos se voluntariaram para o fazer, no contexto da sua jornada habitual de trabalho, o que quer dizer que o tempo alocado ao projeto será integralmente suportado pela NTT DATA, em modelo pro-bono. Para além das capacidades demonstradas em matéria de tecnologias de informação, todos os voluntários frequentaram uma formação específica para se qualificarem como mentores das Olimpíadas Internacionais de Tecnologia e darem apoio didático a crianças e adolescentes.

Em relação aos jogos que vierem a ser desenvolvidos: o que será feito deles?
SB:
O que se pretende é que o desafio final permita aos jovens desenvolver um videojogo que possa ajudar outras pessoas. Não podendo revelar qual será esse desafio, posso dar o exemplo de um videojogo que permite a pessoas menos familiarizadas com o digital realizar uma determinada atividade nesse ambiente.

Haverá prémios para os melhores jogos?
SB:
Sim, estão previstos prémios. Em concreto, um kit de programação que permitirá aos vencedores continuar a desenvolver as suas competências.

Com esta iniciativa, a NTT DATA pretende também caçar talentos?
SB:
Os jovens que participarem nesta iniciativa são ainda muito jovens para iniciarem uma carreira profissional e, por isso, a realização desta iniciativa não está relacionada com a captação de talento. O que pretendemos é que os jovens desfrutem da participação, aprendam e ganhem competências com ela, para prosseguirem os seus estudos e concretizarem os seus sonhos, eventualmente, seguindo uma carreira na área das tecnologias de informação. 

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