A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) garante que mantém a aposta no continente africano, independentemente do ciclo económico que os países atravessam. Em declarações à FORBES, à margem do evento Portugal – Africa Investment Roundtable, promovido pela ANJE no Portugal Fashion, o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, sublinhou que a instituição “tem fomentado cada vez mais a relação com o continente africano, sendo que, no último plano estratégico até abrimos algumas delegações”.
Luís Castro Henriques realçou que no atual plano “continuamos a manter um foco muito claro nos mercados dos PALOP porque consideramos que a nossa presença é independente do ciclo económico”. O presidente da AICEP destacou que acredita que “com o conhecimento que as empresas portuguesas têm de alguns países africanos temos tudo para poder diversificar no continente”.
Questionado sobre para onde se deve olhar para atingir a diversificação de mercados, a mesma fonte assumiu que “as empresas portuguesas têm claramente uma presença maior no lado Este de África. A primeira diversificação que vejo e que já está a acontecer é para alguns países francófonos”. Numa primeira fase, dá como exemplos países como Senegal, Costa do Marfim ou o Gana. Depois acredita que se deve continuar a fomentar mercados como Marrocos e Argélia. E numa fase posterior movimentar mais para o Leste do continente.
Ainda que seja óbvia e natural que a relação seja mais próxima com os países lusófonos, Castro Henriques defende que “as empresas portuguesas vão descobrir novas oportunidades exatamente nos setores onde têm tido mais sucesso replicando-o noutros países em África”.
E lembrou que “temos tudo para poder fazer este tipo de parcerias com o apoio de ferramentas como as que o Afreximbank traz”. Sobre o evento promovido pela ANJE para debater os negócios e investimentos em África, Castro Henriques não tem dívidas em aplaudir e afirmar que “olho para esta iniciativa como de forma muito positiva”.
Apesar da necessidade de diversificar mercados, a mesma fonte alerta que os países de língua portuguesa não podem nunca ser esquecidos. “No plano estratégico aprovado há seis meses defendemos que a aposta das empresas portuguesa e da AICEP nesses países não se compadece com ciclos económicos. São apostas de muito longo prazo que atravessam vários ciclos económicos”, acrescentou ainda para realçar a importância destes países.
Quanto aos setores de aposta nos novos mercados, salienta que as empresas portuguesas têm um know-how mais do que adquirido no setor financeiro, nas infraestruturas ou no agroalimentar. “Nestas indústrias não vejo porque é que as empresas portuguesas não poderão vingar noutros países porque apresentam projetos em tempo, com qualidade e altamente competitivos”, rematou o presidente da AICEP.