AICEP abre delegação em Chicago e promove Portugal com a ajuda de unicórnios

O Presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, inaugura esta terça-feira a nova delegação da AICEP em Chicago, nos EUA. Na agenda da visita aos EUA consta, ainda, a promoção de Portugal como destino de investimento tecnológico, em especial com a realização do “Portugal Economic Forum 2022”, dia 6 de outubro, em Nova Iorque. Terceira delegação…
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A AICEP acaba de abrir escritórios em Chicago, naquela que é a sua terceira delegação nos EUA. O arranque da operação é marcado por um evento com a participação de unicórnios nacionais.
Economia

O Presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, inaugura esta terça-feira a nova delegação da AICEP em Chicago, nos EUA.

Na agenda da visita aos EUA consta, ainda, a promoção de Portugal como destino de investimento tecnológico, em especial com a realização do “Portugal Economic Forum 2022”, dia 6 de outubro, em Nova Iorque.

Terceira delegação AICEP nos EUA

A abertura oficial da delegação da AICEP será feita hoje pelas 17h00 locais (23h horas de Lisboa) num evento que conta com a presença do Secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, do Embaixador de Portugal nos EUA, Francisco Duarte Lopes, da Administradora da AICEP, Rita Araújo, do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Chicago, Samir Mayekar, e da Vice-Presidente Executiva do World Business Chicago, Lisa Dziekan.

Com a abertura desta terceira delegação nos EUA – Nova Iorque, São Francisco e, agora, Chicago –, a AICEP pretende contribuir para “aprofundar as relações económicas bilaterais, estabelecer novas parcerias e potenciar novos projetos de investimento para Portugal dada a importância estratégica e geográfica de Chicago”, refere a AICEP.

Os EUA são dos principais parceiros económicos de Portugal, tendo sido, em 2021, o 4º maior cliente das exportações portuguesas e o 8º maior país emissor de IDE (Investimento Direto Estrangeiro) para Portugal.

“Os EUA são um bom mercado de diversificação para as empresas portuguesas e, apesar da sua complexidade e dimensão, temos confiança na oferta portuguesa e acreditamos existirem boas oportunidades no mercado norte-americano”, afirma o Presidente da AICEP.

Luís Castro Henriques salienta o facto de Portugal ter “assistido, nos últimos anos, a um crescimento sem precedentes de investimento estrangeiro na área tecnológica, em especial proveniente dos EUA. Com a abertura de uma nova delegação da AICEP, localizada estrategicamente em Chicago, queremos potenciar os negócios das empresas portuguesas nos EUA e atrair mais investimento para Portugal”.

Porquê Chicago?

O Estado do Illinois, que tem a cidade de Chicago como capital, registou no primeiro trimestre de 2022 um PIB de 987,3 mil milhões de dólares, sendo um Estado de excelência para os serviços empresariais, indústria avançada e biotecnologia.

Na cidade de Chicago encontra-se a sede das bolsas de mercados internacionais como o “Chicago Board Options Exchange”, bem como as sedes de múltiplas empresas internacionais.

“A indústria avançada ‘Made in Illinois’ tem uma pesada herança industrial que se desenvolveu sob uma estrutura de empresas muito avançadas tecnologicamente que formaram clusters significativos nos setores de materiais-avançados, maquinaria e fabrico de partes de metal, aeroespacial e farmacêutica”, explica a AICEP.

A zona de Illinois é um mercado maduro, com uma indústria muito forte e estabelecida e de grande potencial para as empresas portuguesas fornecedoras de produtos B2C e B2B, realça a AICEP.

A AICEP refere que de trata “de um mercado maduro, com uma indústria muito forte e estabelecida e de grande potencial para as empresas portuguesas fornecedoras de produtos B2C e B2B de onde se esperam resultados a curto/médio prazo e onde algumas empresas e associações portuguesas já desenvolvem atividades. De notar a existência de uma ligação aérea direta entre Lisboa e Chicago, operada pela TAP”.

As exportações de Portugal para o Estado do Illinois aumentaram de 63 milhões de dólares, em 2014, mais do que duplicando para 184 milhões, em 2021.

Para Chicago, Portugal exporta principalmente produtos farmacêuticos e equipamento industrial e seus componentes, sendo um mercado muito importante para as exportações portuguesas de ferramentas e artigos de cutelaria de metais comuns. A AICEP destaca o potencial de crescimento nestas indústrias, bem como nos setores automóvel, agroalimentar e tecnologias da informação.

Já no caso da região do Midwest (Região Centro-Oeste dos EUA), e se considerarmos os 13 Estados que lhe dão corpo, as exportações aumentaram de 329 milhões de dólares, em 2014, para 760 milhões, em 2021, um crescimento de 131%. Atualmente, as exportações nacionais para aquela região representam 21,4% do total nacional.

Principais investidores do Midwest em Portugal: Abbott; Baxter; Borgwarner; GE Healthcare; e Medtronic. Principais investimentos portugueses no Midwest: A-to-Be (Brisa); Amorim; EDP Renováveis; Logoplaste; e Sodecia.

Relacionamento bilateral económico Portugal-EUA

Portugal mantém, desde 2017, uma balança comercial positiva com os EUA. Ao longo do período 2017-2021 verificou-se um crescimento médio anual das exportações de 6,9%.

Os principais produtos exportados para os EUA são: óleos de petróleo ou de minerais betuminosos (19,3%), pneumáticos (6,8%), roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha (4,1%), obras de cortiça natural (3,2%), medicamentos (3,1%), vinhos de uvas frescas (2,9%), papel e cartão (2,9%).

Ao nível do investimento direto português, existem quatro clusters portugueses com atividade intensa nos EUA: energia, ciências da vida, infraestruturas, logística e novos conceitos industriais e TIC’s.

Em 2021 o stock de IDE dos EUA em Portugal superou os 2 mil milhões de dólares e aumentou face aos anos anteriores. Existe muito mais investimento em Portugal do que o registado estatisticamente, pois muitas holdings americanas estão sediadas noutras capitais europeias. A AmCham identifica cerca de 1000 empresas com capital maioritariamente americano em Portugal.

“Portugal Economic Forum 2022”

Na agenda da missão aos EUA, o Presidente da AICEP leva ainda uma série de contactos com investidores para promover Portugal como destino de investimento, bem como a realização do “Portugal Economic Forum 2022” que procura focar-se na promoção de Portugal como destino de investimento tecnológico para as empresas americanas.

O evento, a realizar-se no dia 6 de outubro, às 9h00 locais, em Nova Iorque (14 horas em Lisboa), conta também com a intervenção do Secretário de Estado da Internacionalização e do Embaixador de Portugal nos EUA.

Responsáveis de unicórnios portugueses explicam o que levaram as suas empresas a ganharem a dimensão que possuem atualmente.

Um dos painéis da conferência irá incidir na jornada de algumas empresas desde a sua criação até se tornarem unicórnios. Este painel será composto por fundadores de unicórnios portugueses com o objetivo de partilhar com o público as suas experiências, desafios e oportunidades que levaram as suas empresas a tornarem-se unicórnios, bem como explicar como os investidores procuram empresas internacionais e quais são os fatores de maior impacto nas suas escolhas de investimento.

Diogo Mónica (co-fundador e presidente da Anchorage Digital), Marcelo Lebre (CTO e co-fundador da Remote) e Nuno Sebastião (Chairman e CEO da Feedzai) darão os seus testemunhos, tal como o investidor Tim Ferriss, da Tim.Blog.

A AICEP pretende reforçar a ideia de Portugal como destino de investimento tecnológico.

Outro painel a realizar irá centrar-se na promoção de Portugal como destino de investimento tecnológico para empresas norte-americanas. Os palestrantes-alvo são empresas de tecnologia americanas ou estrangeiras que tenham operações em Portugal, ou que tenham desenvolvido ou planeado uma TI ou polos de engenharia em Portugal. Terão assento nesse painel Maria A. Saldanha (country manager da Mastercard), Silvia Bechmann (CEO da Mercedes-Benz.io) e Rodrigo Ragil (Global Legal Director da Avenue Code).

O painel tem como objetivo mostrar as razões que levaram essas empresas a estabelecerem as suas operações em Portugal, identificando as vantagens que levaram ao seu sucesso.

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