Conheça Inês Ayer: a designer açoriana, em Nova Iorque, que nos levou à Forbes30U30, em Ohio, EUA

Nascida na ilha de São Miguel, nos Açores, Inês Ayer é uma jovem designer humanista com uma abordagem eclética à resolução de problemas socioculturais. Atualmente é residente em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde trabalha como Senior Designer na Pentagram – o maior estúdio de design independente do mundo. É nesta cidade que Inês, com…
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Em exclusivo à FORBES Portugal, Inês Ayer fala sobre o seu percurso pessoal e profissional, enquanto a acompanhamos ao 2023 Forbes Under 30 Summit, que decorreu a semana passada em Ohio, nos EUA.
Arte Empreendedores

Nascida na ilha de São Miguel, nos Açores, Inês Ayer é uma jovem designer humanista com uma abordagem eclética à resolução de problemas socioculturais. Atualmente é residente em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde trabalha como Senior Designer na Pentagram – o maior estúdio de design independente do mundo. É nesta cidade que Inês, com apenas 28 anos, está também a desenvolver o projeto Aliquoti, focado na redução da taxa de mortalidade neonatal em mulheres BIPOC (Black, Indigenous and People of Color), nos EUA.

É licenciada em Design de Comunicação, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, tem uma Pós-Graduação em Gestão Aplicada e Economia, da NOVA Business School, um mestrado em Design for Distributed Innovation pela Fab Academy + Institute of Advanced Architecture of Catalonia e um MFA em Design e Empreendedorismo pela School of Visual Arts

Apesar de não viver em Portugal, Inês mantém uma forte ligação ao nosso país. Faz parte de uma comunidade global de jovens — Global Shapers Lisbon Hub, uma iniciativa do World Economic Forum – onde, em conjunto com um grupo multidisciplinar, desenvolvem projectos em Portugal no âmbito da justiça social, educação e sustentabilidade.

Em 2019, depois de ter investido parte do seu tempo em várias iniciativas internacionais do foro social, Inês fundou o seu próprio estúdio de design: o Studio Ayer. O atelier, que existe apenas há quatro anos, já colaborou com 12 países na elaboração de mais de 80 projetos. Além disso, a Inês faz parte do  conselho Leading Brands da  Leadership Summit Portugal, que irá decorrer este mês, no dia 26 de Outubro, no Casino Estoril.

Mais recentemente, Inês está a candidatar-se para a célebre lista norte-americana FORBES 30 UNDER 30, na categoria Art and Style

Em exclusivo à FORBES Portugal, Inês Ayer fala-nos sobre o seu percurso pessoal e profissional, enquanto a acompanhamos ao 2023 Forbes Under 30 Summit, que decorreu a semana passada em Cleveland, Ohio, nos EUA. Ficámos a conhecer melhor a Inês, que quer tornar claro aos mais jovens que ambição é essencial para gerar o impacto que deixamos como legado.

Inês, estás atualmente em Ohio, no 2023 Forbes Under 30 Summit, o que é uma experiência única! Mas, antes de nos deburçarmos mais sobre isso, gostava que me explicasses um pouco do teu percurso de vida, até à data. Por exemplo, depois da tua licenciatura, em Design de Comunicação, foste para Berlim e depois para a Tailândia…
Inês Ayer (IA): É verdade, comecei por trabalhar num atelier em Lisboa, o TVM designers, fundado pelo Prof. Emílio Távora Vilar, que tinha sido meu professor na altura. Foi uma oportunidade muito importante para mim porque consegui, desde cedo, ter contacto direto com clientes e trabalhar em vários projetos – tanto culturais como governamentais – em colaboração com organizações como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Assembleia da República Portuguesa. Como optei por não fazer o programa Erasmus durante o curso, fiquei sempre com vontade de estagiar fora de Portugal. Assim, alguns meses depois fui estagiar para Berlim, na SuperUnion (atual Design Bridge and Partners, parte do grupo WPP).

Inês Ayer. Fotografia de Manuel Manso | @manuelmanso

IA: Esta experiência abriu-me horizontes para um maior leque de sectores, com clientes de grande escala, e ajudou-me a consolidar ferramentas de design de comunicação. Antes de regressar a Portugal decidi tirar partido do período de transição entre trabalhos para explorar uma vertente de impacto social, e fui ensinar Inglês a crianças numa escola na Tailândia. Foi esta vivência com uma comunidade e com uma cultura diferente que me levou a pesquisar mais sobre como poderia utilizar o design como ferramenta para criar impacto.

Foi esta vivência com uma comunidade e com uma cultura diferente que me levou a pesquisar mais sobre como poderia utilizar o design como ferramenta para criar impacto.

O que é curioso! E é, quando voltas a Portugal, que regressas com uma enorme motivação para te juntares a várias iniciativas. Quais foram? 
IA: Sim, no regresso a Portugal continuei a trabalhar como designer freelancer em várias agências como a NOSSA™, Unlock Brands e Fuel Lisboa, onde me foi proporcionado espaço para evoluir e aprender com equipas que se destacam no panorama criativo em Portugal. Ao mesmo tempo, tentei estar envolvida em projectos que criassem uma ponte entre o design e outras áreas criativas, não só em Lisboa, como também em Barcelona. Por exemplo, quando fui selecionada pelo Art Directors Club of Europe como uma jovem criativa com potencial, ou no OFFF Academy powered by Adobe

IA: Já em Lisboa tive o privilégio de ser co-host do The Design Kids Lisbon (atual FKA Descomunal – dirigido pelos parceiros e amigos, Inês Von Hafe Pérez e Seb de La Guardia), uma organização que ajuda a criar laços mais fortes entre a comunidade de designers, em Lisboa, através de diversos eventos, palestras e workshops.

E foram essas mesmas experiências que, em 2019, te levam a querer fundar o teu próprio estúdio de design: o Studio Ayer. Aliás, um estúdio que já conta com várias colaborações, um pouco por todo o mundo!
IA: Sim! A abordagem do Studio é 360º, criamos soluções desde a génese da ideia ao desenho completo da experiência do utilizador, passando por vários touchpoints. Desenvolvemos estratégia de marca, branding, naming, UX/UI e direção de arte. O nosso pensamento para o studio foi sempre o de ter uma estratégia global, desde início, que nos permitisse colaborar com clientes nacionais e internacionais nas mais diversas áreas.

O nosso pensamento para o studio foi sempre o de ter uma estratégia global, desde início, que nos permitisse colaborar com clientes nacionais e internacionais nas mais diversas áreas.

IA: Um dos nossos primeiros projectos foi o rebranding do ISCTE, no qual fomos desafiados a repensar o conceito de marca e a identidade visual da universidade, que se desdobra entre o digital, impresso e o espaço físico. Foi um privilégio poder construir peças de comunicação que agora fazem parte do dia-a-dia de alunos e professores. 

IA: Ao longo destes quatro anos, conseguimos ter um fluxo de trabalho constante mesmo na altura da pandemia, onde o foco foi ajudar negócios na sua transição digital e apostar em plataformas e-commerce. Temos a sorte de poder colaborar com vários sectores, desde cultura, ciência, educação, f & b, fintech, saúde, serviços e consumer goods. Esta interação com clientes tão distintos tem nos dado imensos insights sobre o potencial que o design tem para impulsionar ideias no mercado. 

Inês Ayer. Fotografia de Manuel Manso | @manuelmanso


IA: Mais recentemente colaborámos com a Karion Therapeutics, uma start-up fundada por quatro investigadoras, em Braga, que patenteou um tratamento inovador para os cancros da mama e renal. Foi muito recompensador ver a evolução desta marca, ao longo dos vários pitches a investidores que acompanhamos, e vê-las conquistar um espaço na Web Summit este ano – com uma estratégia de design que fez toda a diferença. Este sentimento de concretização faz-nos querer continuar este trajecto e ajudar cada vez mais projectos a definir a sua própria identidade amplificando assim a sua voz na sociedade.

Este sentimento de concretização faz-nos querer continuar este trajecto e ajudar cada vez mais projectos a definir a sua própria identidade amplificando assim a sua voz na sociedade.

Claro, acabam por ser projetos que têm outcomes tangiveís, o que dá força para continuar, também. E como descreverias o papel do design enquanto ferramenta de pensamento para a inovação?
IA: Para mim o Design vai muito além de uma mera camada visual. É uma ferramenta para a materialização de ideologias, que facilita o diálogo entre as diferentes disciplinas do conhecimento. É uma forma de desenhar soluções usando uma abordagem lateral e de estabelecer sinergias para a resolução de problemas. Podemos criar pontes com engenharia, advocacia, medicina, economia, entre outros.

O Design vai muito além de uma mera camada visual. É uma ferramenta para a materialização de ideologias, que facilita o diálogo entre as diferentes disciplinas do conhecimento.

De que forma?
IA: Eu fiz parte de dois projetos, por exemplo, que acho relevantes. Um deles na Academia Próxima Geração, onde integrei a 1ª edição deles. É um programa apartidário que tem como objetivo revitalizar a democracia portuguesa. Fui desafiada, pelos seus fundadores, a redigir políticas públicas para a saúde e sustentabilidade e também trabalhar no seu rebranding e experiência de utilizador. Outro projeto, foi no meu mestrado, em Design for Distributed Innovation, no qual explorei o âmbito do biodesign. Aprendi com químicos e engenheiros de materiais, da Materiom, como desenhar biomateriais de raiz como alternativas para single-use plastics reutilizando bioprodutos como algas, micélio e resíduos.

IA: Sinto que, em Portugal, ser multidisciplinar ainda não é visto como um asset poderoso, investimos mais no desenvolvimento de mono disciplinas específicas sem promover o cruzamento e interação de profissões. E a pressão de optar por uma só área é-nos incutida desde o momento que somos confrontados com a decisão, na passagem para o ensino secundário, em vez de termos uma abordagem plural à educação e deixar opções em aberto – como acontece em países com a Alemanha ou os EUA.

Sinto que, em Portugal, ser multidisciplinar ainda não é visto como um asset poderoso, investimos mais no desenvolvimento de mono disciplinas específicas sem promover o cruzamento e interação de profissões.

Sim, e o ter de escolher uma área tão novos acaba por ser uma grande responsabilidade que acarreta importância futura sem que estejamos completamente conscientes do que queremos fazer. Foi por esse motivo que decidiste ir para Nova Iorque com um início de carreira já tão delineado em Portugal? Ou seja, por quereres um approach mais multidisciplinar no trabalho? 
IA: Sim, Nova Iorque é uma cidade bastante vibrante que junta pessoas de todo o mundo. Há muita diversidade e diferentes formas de pensar num só lugar que, aliadas a grandes oportunidades de investimento e ambição, tornam NYC num autêntico hub de retenção de talento e desenvolvimento de startups

Inês Ayer. Fotografia de Manuel Manso | @manuelmanso


IA: Para dar um pequeno exemplo disso, o ano passado tive a oportunidade de participar num hackathon, na Columbia University e em colaboração com a organização Girls in Tech, que juntou jovens mulheres de várias faculdades e diferentes áreas de engenharia (como software, data analytics, e, no meu caso, design) e tivemos que criar um projeto em 24 horas! O desafio era de repensar a forma como podemos utilizar a tecnologia para reduzir alguns dos obstáculos que pessoas que já estiveram presas encontram quando procuram, obtêm e mantêm uma habitação. O meu grupo acabou por ficar em 1º lugar na competição. Mas esta é apenas uma das muitas iniciativas que vão acontecendo por Nova Iorque ao longo do ano. Desde competições, eventos de networking, exposições… É uma cidade que tem muito para oferecer a jovens empreendedores e com vontade de aprender mais e chegar mais longe.

E que mais valias te trouxe esta mudança?
IA: Foi uma mudança importante não só para mim como para o meu marido, Rodrigo Veloso, arquiteto e artista plástico, para poder absorver todos os estímulos culturais que a cidade tem para oferecer. Toda a experiência de network que o MFA Design me trouxe foi muito valiosa durante esta mudança. Aliás, tenho a agradecer aos co-chairs Steven Heller e Lita Talarico. Nesta fase em que me encontro, após conclusão do mestrado, está a ser um privilégio trabalhar como Senior Designer na equipa do reconhecido designer Eddie Opara.

Nesta fase em que me encontro, após conclusão do mestrado, está a ser um privilégio trabalhar como Senior Designer na equipa do reconhecido designer Eddie Opara.

Estás, também, a desenvolver um projeto muito importante, o projeto Aliquoti.
IA: Quando estava a trabalhar numa agência, em Lisboa, e antes de fundar o Studio Ayer, um dos meus patrões perdeu um filho recém-nascido. Na altura foi-me pedido para desenhar uma espécie de memorial para estar presente no funeral do bebé. Foi um daqueles momentos em que me senti “powerless by design” e que me pôs a pensar se não haveria formas mais úteis de eu conseguir, efetivamente, ajudar a reduzir esta fatalidade de uma forma mais direta, para futuras mães e famílias. 

IA: Com a minha ida para os EUA, comecei a estudar mais sobre a mortalidade neonatal, quais as suas principais causas e o que poderia ser melhorado. Durante esta pesquisa surgiu a oportunidade de fazer uma viagem de investigação a Moçambique, um país que lida com valores bastante altos de mortalidade neonatal. Foi uma visita que contou com o apoio do Departamento de Comunicação das Nações Unidas, onde tive a oportunidade de fazer um estágio curricular durante o mestrado, que me ajudou em toda a parte burocrática e no fornecimento de contactos; tanto na UNICEF em Moçambique, como também no acesso aos dados relevantes sobre este tema. 

Inês Ayer. Fotografia de Manuel Manso | @manuelmanso


IA: Parti para a região de Nampula, no norte de Moçambique, onde tive a oportunidade de visitar hospitais e centros de saúde locais, e de falar com médicos, enfermeiros e grávidas. Foi impressionante ver como um país com tão poucos recursos tem tantas pessoas a seu cargo.

E é um projeto que continuas, mesmo estando em Nova Iorque.
IA: Sim, no regresso aos Estados Unidos continuei a minha pesquisa e fiz uma série de entrevistas a mulheres grávidas, médicos, doulas e outras pessoas no meio. Entre estas entrevistas e pontes de contacto acabei por conhecer uma fotógrafa, da National Geographic, que, apesar de já ter visitado vários países em África com realidades semelhantes à de Moçambique, me alertou para o facto de nos Estados Unidos a mortalidade neonatal também ser um problema grave.

E com as diferenças todas que existem…
IA: Exatamente. No caso dos EUA, que é um país de primeiro mundo considerado dos mais avançados em diversas áreas e com imensos recursos, os valores da mortalidade neonatal são assustadores, principalmente entre as comunidades BIPOC. Após consultar diversas fontes, os dados eram claros: as mulheres afro-americanas e os seus recém-nascidos estavam a morrer em números muito superiores ao das mulheres caucasianas.

Após consultar diversas fontes, os dados eram claros: as mulheres afro-americanas e os seus recém-nascidos estavam a morrer em números muito superiores ao das mulheres caucasianas.

IA: Com este problema em vista, e com a ajuda e parceria pontual de engenheiros da Stanford University e advisors do campo da medicina, desenvolvemos o conceito de um sistema baseado numa tecnologia de wearable biosensor. Está associada a uma app, que monitoriza a saúde das mães e dos seus bebés durante a gravidez, e que vai colecionando dados que previnem certas complicações imprevistas, orientando-as para os cuidados certos no momento certo. A nossa plataforma concentra-se em dar às mulheres negras, indígenas e pessoas de cor as ferramentas necessárias para navegarem a jornada da maternidade. Está a ser entusiasmante explorar a área de medtech e femtech. Estamos a desenvolver parcerias nos EUA e a fazer fundraising para desenvolver o produto e IP.

A nossa plataforma concentra-se em dar às mulheres negras, indígenas e pessoas de cor as ferramentas necessárias para navegarem a jornada da maternidade.

E, para ti, qual é a importância de estar presente numa conferência como a Forbes30U30? Que ensinamento retiraste dos eventos desta edição 2023?
IA: Como Aspiring30U30, e como jovem empreendedora, este evento foi um abrir de olhos sobre as expectativas que as gerações Millenial e Gen-Z têm em relação ao rumo do desenvolvimento tecnológico e nas formas em como querem criar impacto positivo para o nosso planeta.

Inês Ayer na Forbes30U30, em Ohio, nos Estados Unidos.

IA: Ouvir os relatos de vários fundadores sobre as jornadas deles, com altos e baixos, e na maneira em que valorizam cada vitória e vão aprendendo com cada obstáculo, faz-me acreditar que é possível continuar a construir este caminho com propósito. No palco principal foram debatidos diversos tópicos de alto interesse. Como, por exemplo, a rápida progressão da inteligência artificial, a importância da representatividade de género/étnica, literacia financeira, o desenvolvimento de startups fora da bolha do contexto universitário, saúde mental, como construir comunidades em torno de produtos/serviços, etc. Tudo isto, pela voz de figuras distintas com percursos muito diferentes; como Austin Russell, Vivian Tu (aka Rich BFF) , Kendall Jenner, Pinky Cole e Wemimo Abbey.

Ouvir os relatos de vários fundadores sobre as jornadas deles, com altos e baixos, e na maneira em que valorizam cada vitória e vão aprendendo com cada obstáculo, faz-me acreditar que é possível continuar a construir este caminho com propósito.

Houve algum momento mais marcante para ti?
IA: Acho que um dos pontos altos do evento foi a Latinx Pitch Competition, financiada pela Forbes e pelo músico Bad Bunny. Foi uma competição acompanhada de um júri de especialistas que avaliou cinco startups que tinham apenas três minutos para defender a sua ideia de negócio com foco em comunidades latinas. O vencedor foi a app Selia, com foco em terapia virtual e saúde mental, premiado com 300.000 doláres norte-americanos!

Contaste-me, também, que os convidados tinham acesso exclusivo a uma aplicação (criada especialmente para o evento), que facilitavam o teu networking no evento.
IA: Sim! Para além dos eventos do palco principal, também tivemos acesso à plataforma de networking, Brella, na qual podíamos agendar 1:1 meetings com founders e VC’s para estabelecer contactos e sessões de mentoria. Conheci empreendedores incríveis que partilharam as suas adversidades sem gatekeeping nenhum. A conferência culminou com um concerto do Machine Gun Kelly, na praça do Rock-and-Roll Hall of Fame, seguido de um dia de envolvimento em projectos comunitários locais.

Conheci empreendedores incríveis que partilharam as suas adversidades sem gatekeeping nenhum.

IA: A conferência foi, sem dúvida, um momento crucial de reflexão sobre o que significa ser empreendedor e fundar uma startup. Enquanto designers não devemos ter receio de afirmar uma faceta empreendedora e de usar a skill de resolução de problemas como um super poder. Basta olhar para exemplos como o AirbnB (fundado por Brian Chesky e Joe Gebbia, ambos designers graduados pela Rhode Island School of Design), ou o Kickstarter, criado por Charles Adler. É possível assumir um papel de liderança e construir um negócio from the ground up, mesmo não tendo um perfil estereótipo de business person

A conferência foi, sem dúvida, um momento crucial de reflexão sobre o que significa ser empreendedor e fundar uma startup. É possível assumir um papel de liderança e construir um negócio from the ground up, mesmo não tendo um perfil estereótipo de business person.

Inês Ayer na Forbes30U30, em Ohio, EUA.

E que mensagem final gostarias de deixar aos leitores da FORBES Portugal?
IA: Que vivemos numa era ‘do imediato’, mas que é importante dar tempo ao nosso percurso para atingir os nossos objetivos e ao mesmo tempo aproveitar as oportunidades na altura certa.

Fotografia de Inês Ayer


IA: Acho muito importante existirem role models com jornadas fora do comum, provenientes de outras zonas de Portugal e com realidades diferentes que possam inspirar os jovens a arriscarem e construirem o seu próprio caminho, no futuro. No meu caso, ter crescido numa ilha era, por vezes, muito limitador. Mas tentei sempre ‘ir buscar mais além’. Gostava que ambição não fosse vista como uma ameaça, mas sim um ingrediente essencial para gerar o impacto que queremos deixar como legado.

Gostava que ambição não fosse vista como uma ameaça, mas sim um ingrediente essencial para gerar o impacto que queremos deixar como legado.

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