Mulheres são quem enfrenta mais barreiras na sua carreira profissional

De acordo com os dados do recente inquérito realizado pela Hays sobre “Diversidade & Inclusão – Retrato do Mercado de Trabalho em Portugal”, as mulheres são quem considera ter mais barreiras durante a sua carreira profissional, com 58% das inquiridas do género feminino a considerar o Género como principal barreira a essa progressão. Dados mais…
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Os especialistas em recrutamento da Hays fizeram um retrato do mercado de trabalho em Portugal, concluindo que as mulheres são quem mais barreiras têm para evoluírem na sua carreira profissional.
Economia

De acordo com os dados do recente inquérito realizado pela Hays sobre “Diversidade & Inclusão – Retrato do Mercado de Trabalho em Portugal”, as mulheres são quem considera ter mais barreiras durante a sua carreira profissional, com 58% das inquiridas do género feminino a considerar o Género como principal barreira a essa progressão.

Dados mais concretos indicam que, no que diz respeito à progressão de carreira, 61% de as mulheres inquiridas entende enfrentar barreiras na sua evolução profissional, em oposição a 44% dos homens.

Fonte: Hays Portugal

Os dados mostram ainda que os motivos alegados por homens e mulheres como obstáculos à carreira são bastante diferentes – os homens referem a idade (61%) como principal fator limitador e as mulheres apontam o género (58%) como motivo.

Remuneração justa?

Relativamente à remuneração, apenas 22% das mulheres considera que a empresa remunera de forma justa independentemente do género, em comparação com 46% dos homens.

Neste estudo, os homens foram também os que revelaram ter mais promoções, aumentos e propostas de emprego (24%, 47% e 68%, respetivamente) em comparação com as mulheres (18%, 40% e 56%, respetivamente).

Os cargos com maior nível hierárquico nas empresas continuam a ser maioritariamente ocupado por homens: 79% dos inquiridos referiu que o cargo mais sénior na hierarquia da sua empresa é ocupado por homens, sendo que apenas 17% referiu que esses postos são preenchidos por mulheres.

Relativamente a chefias diretas, 67% dos inquiridos refere que o cargo é ocupado por homens e apenas 31% referiu ter como chefe direto uma mulher.

Paula Baptista, Managing Director da Hays, considera que “estas duas situações mostram-nos que, claramente, o acesso de mulheres a cargos de chefia intermédia (“direta”) ainda tem bastantes limitações, mas essas limitações são ainda mais aparentes em cargos de alta chefia”.

“O mercado precisa mesmo de se tornar mais inclusivo e isso (também) acontecerá quando as empresas perceberem que é pelo talento que têm de procurar, independentemente das opções ou dissemelhanças dos profissionais”, afirma Paula Baptista.

Ainda em relação aos profissionais, quando questionados sobre se a sua empresa possui políticas de diversidade de género, quase um terço dos inquiridos não sabe se existem políticas de diversidade e inclusão na empresa.

Relativamente à opinião dos empregadores, 82% dos inquiridos dizem desconhecer se as empresas que representam aplicam este tipo de políticas. No que diz respeito às oportunidades de carreira independentemente do género, 79% dos inquiridos homens considerou que na empresa que representa estas são iguais para ambos os géneros, em oposição a 58% da opinião feminina.

“Ainda há um longo caminho a fazer no que diz respeito a igualdade de oportunidades e inclusão no mercado de trabalho”

“Ainda há um longo caminho a fazer no que diz respeito a igualdade de oportunidades e inclusão no mercado de trabalho. No entanto, também importa referir que tem havido uma clara evolução e esforço de mudança por parte dos empregadores em Portugal. É de salientar que o tema da Diversidade & Inclusão é uma prioridade em diversas empresas em Portugal e existem planos e projetos a desenvolver neste sentido”, conclui Paula Baptista.

O estudo, cujos dados foram recolhidos entre os meses de julho e agosto de 2021, analisou igualmente a influência da etnia no acesso ao mercado de trabalho.

“Dados deste inquérito mostram-nos que a questão étnica ainda parece ser um dos principais motivos de discriminação no mercado laboral em Portugal: 56% dos inquiridos não-caucasianos assumiu ter tido barreiras à sua progressão de carreira em comparação com 69% dos inquiridos caucasianos que diz não sentir o mesmo”, afirma a Managing Director da Hays Portugal.

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