Pedro Silva Reis, presidente da Real Companhia Velha, foi eleito Personalidade do Ano. Esta distinção foi anunciada na 26.ª edição de Os Melhores do Ano 2022, evento organizado pela Revista de Vinhos, que premeia diferentes agentes da fileira do vinho e da gastronomia, e coincidiu com a celebração dos seus 40 anos de carreira, inteiramente dedicados à histórica empresa de vinhos do Porto e Douro.
No seu discurso, Pedro Silva Reis recordou a distinção atribuída pela Revista de Vinhos à Real Companhia Velha, eleita em 1999 como Empresa do Ano, quando era ainda um jovem aspirante na fileira do vinho. Foi, sem dúvida, um momento muito marcante na sua carreira, que ajudou a afirmar a sua liderança na empresa e a encetar um processo de modernização e inovação, que se mantém até aos dias de hoje.
No discurso, na Alfândega do Porto, Pedro Silva Reis aproveitou a ocasião para deixar uma mensagem de otimismo e motivação a todos os jovens do setor, afirmando que acredita que, no Douro, o melhor ainda está para vir e que as novas gerações vão ser capazes de mudar mentalidades, atitudes e algumas práticas, encarando o negócio de outra forma, valorizando ao máximo a região e os seus produtos.
Percurso de Pedro Silva Reis
Pedro Silva Reis, começou na Real Companhia Velha, em 1982, como provador de Vinho do Porto. Duas décadas mais tarde chegou à presidência da Real Companhia Velha, a mais antiga empresa de Portugal, com uma longa história de quase 270 anos de atividade desde a sua fundação por Alvará do Rei D. José I.
Pedro Silva Reis assume que a sua maior conquista foi ter conseguido “revitalizar a empresa e torná-la outra vez jovem apesar da sua vetusta idade” e “trazê-la para o século XXI com vinhos e produtos adequados às tendências atuais da procura do mercado”.
Os especialistas da Revista de Vinhos apontam que, “para que tal tenha acontecido, o seu contributo foi primordial, designadamente quando, na segunda metade dos anos 90, contratou o conceituado enólogo californiano Jerry Luper – conhecido pelo seu envolvimento na produção do famoso Chateau Montalena Chardonnay 1973, em Napa Valley – e o então enólogo assistente Jorge Moreira, rostos e agentes da novíssima Fine Wine Division, setor da companhia criado por Pedro Silva Reis para abrir caminho à experimentação e à inovação. Também por essa altura, mais precisamente em 1997, Pedro Silva Reis assumiu a gestão da Real Companhia Velha e iniciou uma profunda reestruturação com ênfase particular na viticultura, para isso contratando uma jovem equipa de agrónomos constituída por Rui Soares, Álvaro Martinho Lopes e Sérgio Soares, e liderada por Luís Carvalho”.
“Foi assim – de uma empresa num aparente beco sem saída, sobretudo assente no volume e nos preços baixos – que Pedro Silva Reis restituiu à Real Companhia Velha os seus pergaminhos de nome referencial no setor do vinho, onde começara a carreira como provador de Vinho do Porto no já distante ano de 1982, então recém-regressado de Bordéus, onde se formara em enologia”, aponta a publicação.
“Pelo menos em funções executivas, gostaria de pensar que em meia dúzia de anos estarei a passar a pasta à próxima geração”, uma vez que “é um dever preparar as empresas para estarem sempre atualizadas” e todos os líderes “têm prazo de validade”, refere Pedro Silva Reis.