A NASA já desenvolveu a sua muito antecipada ‘vela solar’ que, como com um barco à vela em Terra, nos vai ajudar a viajar no Espaço. É ainda este mês de abril que a NASA vai por a vela à prova.
A tecnologia revolucionária desta nova vela solar pode mudar o futuro das nossas viagens espaciais.
Feita de materiais como polímero flexível e fibra de carbono, a nova vela solar da NASA, desenvolvida pela NanoAvionics, é muitíssimo mais rígida e leve que os designs anteriores da mesma.
É ainda este mês, em abril, que a nova geração desta tecnologia, chamada solar sail tecnhology, vai ser testada no espaço. A missão, conhecida por Advanced Composite Solar Sail System, vai ter início na Nova Zelândia, de onde a vela solar vai ser lançada a bordo de um foguetão da NASA.
Da mesma maneira que é possível ajustar a vela de um veleiro de forma a capturar o vento, a vela solar pode ajustar a sua órbita através do manuseamento da mesma. Nesta próxima missão da agência espacial norte-americana, vão ser realizadas uma série de manobras práticas para alterar a órbita da nave espacial para recolher os dados necessários para futuras missões com velas ainda maiores.
Segundo afirmou Keats Wilkie, o investigador principal desta missão na NASA, “os mastros convencionais tendem a ser pesados e metálicos ou feitos de compósitos leves mas com um design volumoso – nenhum dos quais é ideal para as pequenas naves espaciais de hoje. As velas solares precisam de mastros muito grandes, estáveis e leves que possam dobrar-se compactamente”, concluiu. Esta nova vela tem mastros “em forma de tubo que podem ser enrolados como uma fita métrica se enrola num pacote pequeno, oferecendo todas as vantagens dos materiais compósitos, como menos flexão e curvatura durante as mudanças de temperatura”, acrescenta.
Será após entrar em órbita síncrona do Sol, a cerca de 1000 quilómetros da Terra, que a nave espacial da NASA vai erguer os seus mastros. Cerca de 25 minutos depois de o fazer, a vela solar vai estar totalmente implantada e estender-se-á por 80 metros quadrados.
Todo o processo vai ser capturado pelas câmeras montadas na nave, que vão servir para monitorizar a forma e simetria da vela durante a sua implantação.
Com as condições de iluminação certas, a vela solar poderá ser visível da Terra. Uma vez hasteada e orientada corretamente, o material refletor da vela será tão brilhante como Sirius, a nossa estrela mais brilhante de noite.
Alan Rhodes, engenheiro de sistemas e líder da missão no Centro de Pesquisa Ames da NASA, explica que os mastros da vela têm sete metros e são desdobráveis, podendo “ser enrolados numa forma que cabe na palma da nossa mão”, afirma. “A esperança é que as novas tecnologias validadas nesta missão inspirem outros a utilizá-las de formas que ainda nem sequer considerámos”, continua.
Se tudo correr bem, e a demonstração da NASA for bem-sucedida na implantação e operação dos mastros compósitos leves da vela solar no espaço, a viabilidade da mesma poderá abrir o caminho para outras missões de grande escala – quem sabe em viagens até à Lua ou Marte.
O design do mastro que agora vai ser ensaiado no espaço tem o potencial de, no futuro, suportar velas solares de 500 metros quadrados. E a tecnologia utilizada – mediante o sucesso desta missão – poderá ser replicada para velas com mais de 2000 metros quadrados.
“O Sol vai continuar a brilhar durante biliões de anos e oferecer-nos uma fonte inesgotável de propulsão. Em vez de lançarmos tanques de combustível enormes para as nossas missões futuras, podemos enviar para o espaço velas maiores que utilizam o ‘combustível’ já disponível”, ressaltou Rhodes. “Vamos mostrar um novo sistema que aproveita este recurso abundante para darmos os próximos passos gigantescos no que toca à exploração do espaço e na ciência”, afirmou.
Como as velas solares utilizam a energia emitida pelo Sol para funcionarem, as missões centradas à volta do seu uso não só exigem pontos de vista únicos sobre as mesmas, como nos podem ajudar a compreender melhor o nosso Sol e o seu impacto na Terra.
Há vários anos que as velas solares têm sido o sonho de muitos cientistas.
Além disso, os mastros compostos podem ter um futuro que vai para lá das velas solares: o seu design leve e a sua arrumação compacta sugere que o material utilizado pode ser ideal para a construção de habitats na Lua e em Marte, servindo como estruturas de suporto para edifícios ou postes de antenas compactas para criar redes de comunicação para astronautas na superfície lunar.
“Esta tecnologia está a despertar a nossa imaginação. Estamos a reimaginar todas as ideas que temos das velas solares e tentar aplicá-las às viagens espaciais”, diz Rudy Aquilina, o manager deste projeto da NASA. “Demonstrar as capacidades das velas solares e dos mastros compósitos leves é o próximo passo no uso desta tecnologia para inspirar missões futuras”, concluiu.