Os dados compilados em conjunto pela Associação Nacional das Farmácias (ANF) e pela Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN) revelam que a cada segundo que passa, a dispensa de medicamentos genéricos gera um valor de 18,42 euros às famílias portuguesas e ao Estado nas farmácias comunitárias.
Esta avaliação foi feita pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), e pelo contador online no site da APOGEN, que resulta de uma parceria entre estas duas entidades. Nestes primeiros meses de 2024 já se contabiliza uma poupança de mais de 96 milhões de euros.
No mesmo comunicado pode ler-se que o valor conseguido no ano passado é considerado o mais alto de sempre nestes 13 anos de contabilização. No total, entre 2011 e 2023, os medicamentos genéricos já permitiram gerar recursos no valor de 5.860 milhões de euros.
Citada no comunicado, a presidente da APOGEN, Maria do Carmo Neves, realça que “estas terapêuticas mais custo-efetivas garantem o maior acesso à saúde, aumentam o acesso à inovação e contribuem para a redução das desigualdades sociais, assim como permitem a prevenção da doença e o aumento da esperança média de vida”.
Maria do Carmo Neves acrescenta que “o valor gerado, ano após ano, reflete o papel destas alternativas terapêuticas na economia, na saúde e na coesão social, principalmente numa altura em que o controlo da despesa pública com medicamentos é uma dimensão indispensável para assegurar a sustentabilidade e a eficiência financeira do SNS”.
A presidente da APOGEN defende ainda que para se continuar a obter estas mais-valias “é fundamental a criação de condições de previsibilidade e de atratividade deste setor estratégico, especialmente num período em que são relatadas barreiras no acesso devido à atual escassez de diversas apresentações no mercado”.
Por seu turno, a presidente da ANF, Ema Paulino, sublinha que “as farmácias portuguesas são um parceiro essencial na defesa das políticas de saúde que promovem a introdução dos medicamentos genéricos, essenciais para a sustentabilidade do sistema de saúde”.
Face aos resultados obtidos em 2023, Ema Paulino destaca que mostram que “a dispensa de medicamentos genéricos permitiu uma poupança para o Estado e para os utentes no valor de 580 milhões de euros, o número mais alto de sempre em treze anos”.
A presidente da ANF defende que “podemos fazer mais e para continuar a estimular o crescimento da sua quota de mercado é essencial que se proceda à revisão do modelo de incentivos à dispensa de medicamentos genéricos às farmácias, através da atualização dos critérios do regime vigente, proposta que a ANF tem apresentado como estratégica para estimular a promoção do acesso ao medicamento”.