Maria Cândida Rocha e Silva, 79 anos, presidente do Conselho de Administração do Banco Carregosa, é uma empreendedora nata que fez toda a sua carreira na área financeira. Esta gestora nasceu em Vila do Conde e iniciou o seu percurso profissional ao lado do seu pai, Manoel Rocha e Silva, na LJ Carregosa & Companhia, em 1971, sendo que nunca mais deixou a área financeira, estando muito anos ligada ao mercado de capitais. O pai adquiriu, na altura, uma participação financeira no negócio que, entretanto, fez crescer.
Licenciada em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foi a primeira corretora oficial da Bolsa de Valores Portuguesa, tendo iniciado esta atividade em 1981, na então BVP. A sua carreira foi evoluindo e chegou a presidente da Corretora LJ Carregosa, mais tarde designada de LJ Carregosa – Sociedade Financeira de Corretagem. As origens da companhia remontam a 1833, (curiosamente, 13 anos antes de surgir o Banco de Portugal), ano em que foi fundada no Porto pelo empresário Lourenço Joaquim Carregosa, com o objetivo de negociar divisas.
Da corretagem à criação de um banco
No ano 2000, a LJ Carregosa lançou o primeiro serviço de corretagem online em Portugal em parceria com o Saxo Bank, e, em 2007, é criada a marca de negociação online, a GoBulling, o primeiro broker a praticar comissão de corretagem zero em todos os mercados Euronext. O Banco Carregosa, com sede no Porto, viria a nascer em junho de 2008, com o objetivo de ser uma instituição especializada em banca privada. Tem atualmente cerca de 2,5 mil milhões euros de ativos sob a sua supervisão, com a colaboração de 150 especialistas.
Posicionada no 33º lugar, Maria Cândida Rocha e Silva é uma das destacadas das Mais Poderosas dos Negócios, lista da Forbes Portugal.
Com duas filhas e cinco netos, Maria Cândida é, ainda hoje, uma mulher ativa no banco que preside. Em 2020 foi nomeada, pela União Europeia, como embaixadora da Rede Europeia de Empreendedorismo Feminino, em 2012 foi eleita a Mulher de Negócios do Ano, pela revista Máxima, e em 2014 recebeu o Prémio Feminina por mérito no empreendedorismo e excelência profissional. Em 2015 recebeu ainda o prémio carreira da Deloitte.
Faz ainda parte do Conselho Diretor da APGEI (Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial) e do Conselho Social de Ciências de Economia da Universidade Lusíada do Porto. Dedica boa parte do seu tempo à responsabilidade social: foi vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação Oficina de São José – IPSS e integra atualmente o Conselho de Curadores do Mama Help, organização sem fins lucrativos que ajuda doentes de cancro de mama.
A revista Forbes Portugal publicou o seu ranking na edição de Junho/Julho de 2023.