Não tinham o mediatismo, os milhões de euros de capital de risco e as incubadoras que a nova geração de empreendedores tem hoje ao seu dispor, mas tiveram o talento e o mérito para criar empresas que despertaram o interesse de gigantes do sector tecnológico. Eis cinco histórias de aquisições de start-ups nacionais que se revelaram grandes negócios para ambas as partes e alguns conselhos dos fundadores que os empreendedores da geração Web Summit devem levar a sério.
Com o exit(o) no horizonte
1º
Mobicomp
- Fundadores: Carlos Oliveira, António Murta, Gastão Taveira, António Nestor Ribeiro
- Negócio: Aplicações móveis
- Fundação: 2000
2º
INOK Consulting
- Fundador: Renato Paço
- Negócio: Prestação de serviços de consultoria
- Fundação: 2003
3º
FiberSensing
- Fundadores: Luís Ferreira, Francisco Araújo, Alberto Maia
- Negócio: Produção de sensores de fibra óptica
- Fundação: 2004
4º
Best Tables
- Fundadores: Sérgio Sequeira e Ricardo Sécio
- Negócio: Motor de busca de restaurantes
- Fundação: 2011
5º
Anubis Networks
- Fundador: Francisco Fonseca
- Negócio: Desenvolvimento de sistemas de segurança na internet
- Fundação: 2006
Mais de 53 mil pessoas e 1490 start-ups presentes –entre as quais 66 portuguesas -, são alguns dos números impressionantes que resultam da primeira edição da Web Summit em Lisboa e do bom momento que o empreendedorismo nacional atravessa.
Farfetch, Talkdesk, Uniplaces, Seedrs, Feedzai e Codacy, entre outras start-ups nacionais, andam nas bocas do mundo, e o ecossistema nacional de start-ups e a cidade de Lisboa procuram um papel de relevo no novo capítulo de inovação tecnológica que o mundo atravessa.
Mas, o empreendedorismo nacional de cariz tecnológico não começou na segunda semana de Novembro passado.
Em 1989, quando José Neves, fundador e presidente executivo da Farfetch, era apenas um adolescente, já a Novabase escrevia o primeiro capítulo do empreendedorismo tecnológico em Portugal ao dar os primeiros passos no sector do software e das tecnologias de informação.
Quatro anos depois, quando Tiago Paiva, o fundador e presidente da Talkdesk, ingressava na escola primária, nascia a Easyphone, que curiosamente se tornaria numa empresa de referência mundial de software para contact centers, a mesma área da Talkdesk.
Esta, já sob o nome de Altitude Software, chegou a ter a oferta pública inicial marcada para o segundo semestre do ano 2000, mas o rebentar da bolha tecnológica estragou os planos de Carlos Quintas, co-fundador e líder da tecnológica nacional na altura.
O mercado de capitais é para muitos empreendedores o objectivo final, mas são raras as que conseguem chegar à Bolsa.
A esmagadora maioria das empresas acaba por ser adquirida por gigantes do sector (o que não é necessariamente mau). Foi o que aconteceu nos últimos anos.
Segundo dados da associação europeia de capital de risco Invest Europe, entre 2007 e 2015 foram alvo de fusão ou aquisição 213 start-ups nacionais num valor total de 1,4 mil milhões de euros.
A falta de investimento e, em consequência, a impossibilidade de expansão além-fronteiras são algumas das razões invocadas pelos empreendedores da “velha guarda”. À FORBES, todos defendem que o foco principal deve ser o desenvolvimento do produto, mas que a venda é sempre uma hipótese.
“Quando não se consegue mugir mais a vaca, vende-se a quem o consiga fazer”, refere Renato Paço, fundador da INOK Consulting e que em 2015 vendeu a sua empresa à Claranet. Porém, muita coisa muda após a fusão ou aquisição, e há aspectos que devem ser considerados e precavidos.