A conversa não estava a ir a lado nenhum, e Kenny Park estava a lutar para conquistar os executivos da Donna Karan sentados ao lado dele. Ele já tinha no currículo a fundação de um fabricante de malas em Seul e, naquela época, em 1987, o rótulo Made in Korea denotava baixa qualidade no mundo da moda. “Vocês precisam de se preparar. É fundamental terem uma base na Ásia”, disse ele aos executivos da Donna Karan. Kenny acabou vencendo a batalha, propondo fazer “algumas centenas de peças como apenas um teste”.
O primeiro pedido, para 240 malas, esgotou, assim como o segundo pedido, para 600. O terceiro, para 3000, também. Em nove meses, Donna Karan alocou um designer em Seul para criar uma mala totalmente nova com a ajuda da empresa de Kenny, a Simone Accessories.
Três décadas após este episódio, a empresa de Kenny conta com fábricas no Vietname, Cambodja, Indonésia e China onde produz cerca de 30 milhões de malas e pequenos artigos de pele original todos os anos.
No portefólio de clientes da empresa estão marcas de luxo como a Michael Kors, Alexander Wang e Versus Versace, que contribuem para uma facturação superior a 900 milhões de euros, que se traduz em lucros acima dos 100 milhões de euros – Kenny é dono de 62% do capital da empresa, correspondendo a uma participação de mil milhões de euros. “Eu nunca imaginei chegar tão longe”, afirma o empresário, cujo pai possuía uma empresa de pesca.