A minha mãe, uma sobrevivente do Holocausto, ensinou-me que o medo não é uma opção; e essa tem sido minha orientação. Eu vim para a América em 1970 como uma jovem noiva europeia, com um sonho e uma mala cheia de vestidos desenhados por mim.
Eram vestidos simples e sexy que podiam ser usados em qualquer lugar e não se enrugavam. O meu mentor e anjo da guarda foi Angelo Ferretti, o italiano que possuía a fábrica em que esses vestidos foram feitos.
Ele acreditava em mim.
Em Nova Iorque conheci o meu segundo mentor, a editora-chefe da Vogue americana, Diana Vreeland. Embora eu tivesse mostrado os meus vestidos a outros editores, ela viu algo especial neles, algo moderno e fresco.
E ajudou-me a expor os meus vestidos, apresentou-me às principais lojas, e com a ajuda de um vendedor construiu um showroom. Logo depois, projectei o primeiro vestido wrap.
Do dia para a noite, esse vestido tornou-se num enorme sucesso comercial e um símbolo da libertação das mulheres. Num curto espaço de tempo estávamos a produzir 25 mil vestidos por semana. Eu estava a viver o sonho americano.
Consegui estabelecer a minha marca. Depois disso tive muitos altos e baixos, mas o que me permitiu sobreviver foi ter sido sempre honesta e sempre acreditei no que estava a fazer.
Com o meu vestido, eu estava a vender confiança e, com o seu sucesso, eu estava a ficar cada vez mais confiante. A confiança no que fazemos é crucial, mas isso não significa ser delirante. Devemos sempre encarar a verdade e combater os obstáculos conforme eles aparecem.